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domingo, 10 de junho de 2012

PROCESSO DE GIORDANO BRUNO

                O dramaturgo Mário Moretti parece ter Galileu Galilei de Bertolt Brecht (1898-1956) como modelo para esta sua peça. Sem ter a genialidade da obra prima do dramaturgo alemão, o texto do italiano é bastante eficiente e tem excelentes momentos que revelam o obscurantismo da igreja católica no século 16, obscurantismo esse, ainda presente nos dias de hoje com a condenação  do aborto, do homossexualismo e do uso de métodos anticoncepcionais, entre outras coisas. Os diálogos são bastante fluentes e o desenvolvimento da trama é muito bom, apesar de ser um pouco repetitivo.
Foto de João Caldas
                A encenação de Rubens Rusche é austera e sem aquelas concessões que tornariam o espetáculo mais palatável para o público. Há um toque beckettiano característico  do encenador  num texto tipicamente brechtiano, o que parece paradoxal, mas que funciona no espetáculo. O cenário acompanha a austeridade proposta e a iluminação de Wagner Freire é muito bonita. Do competente elenco, sobressai-se naturalmente o trabalho de Celso Frateschi no papel do protagonista.
              A peça esteve em cartaz no Sesc Vila Mariana até o dia 10/06 e retorna ao cartaz a partir do dia 15/06 no Teatro Ágora.

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