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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

FESTIVAL DE CURITIBA 2013





        Entre os dias 26 de março e 7 de abril acontece a 22ª edição do Festival de Curitiba. Em coletiva realizada no Itaú Cultural de São Paulo em 30 de janeiro, o diretor geral do festival Leandro Knopfholz apresentou a programação do mesmo.
Leandro Knopfholz - Foto de Paulo Fávari

        Além de uma série de eventos paralelos, as estrelas do festival são a Mostra Oficial e o Fringe.

        A Mostra Oficial - com curadoria de Celso Curi, Lúcia Camargo e Thania Brandão - vai apresentar 32 espetáculos, tendo cerca de 10 estreias nacionais. Haverá ainda a apresentação de três espetáculos internacionais, cuja maior surpresa parece ser uma produção coreana de Mãe Coragem de Bertolt Brecht (Pansori Brecht-Ukchuk-Ga). O restante da Mostra é formado por espetáculos já testados em seus locais de origem (a maioria proveniente de São Paulo e do Rio de Janeiro). Segundo Knopfholz, a curadoria procurou privilegiar encenações com fusão de linguagens, espetáculos de grupo e de companhias estáveis, além de contemplar a dramaturgia que se faz no Brasil na contemporaneidade. A Mostra será aberta com Homem Vertente, produzido em parceria com a companhia argentina Ojalá e interpretado por atores curitibanos.

        A grade da Mostra pode ser conferida no site do Festival:          
        Os ingressos custam R$60,00 e serão vendidos a partir do dia 06 de fevereiro.

        O Fringe é composto por espetáculos profissionais e não tem curadoria. Inspirado no Festival Internacional de Edimburgo, começou modestamente em 1998 com sete montagens e nesta 16ª edição atinge a surpreendente cifra de 370 espetáculos (67 de rua), envolvendo 2500 artistas e ocupando 64 espaços de apresentação. É no Fringe que estão as maiores surpresas do Festival: nesse mar de opções e baseando-se apenas na sinopse e na ficha técnica, o espectador escolhe o espetáculo a que vai assistir quase sempre no escuro e baseado em sua intuição. Dentro do Fringe há ainda Mostras Especiais, sendo um destaque deste ano a Mostra Baiana, com curadoria de Wagner Moura, promovida pela Fundação Cultural do estado da Bahia (FUNCEB), apresentando sete montagens e lançando o Kit de Difusão do Teatro da Bahia, que reúne informações sobre 28 montagens teatrais baianas. Esse tipo de iniciativa é extremamente salutar para que se conheça um pouco mais daquilo que se produz fora do eixo Rio-São Paulo.

        O valor dos ingressos no Fringe é definido pela produção de cada espetáculo e pode variar de gratuito a R$60,00 (valor do ingresso na Mostra Oficial) e a relação das montagens pode ser acessada também no site do Festival.

        Além de Leandro Knopfholz, participaram da coletiva representantes dos patrocinadores: Andrea Pinotti Cordeiro (Itaú) e Caíque Ferreira (Renault).

Foto de Paulo Fávari




                                                                            




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CAIS ou DA INDIFERENÇA DAS EMBARCAÇÕES




                Há um verdadeiro tesouro a ser descoberto no espaço subterrâneo do Instituto Capobianco: trata-se de Cais ou Da Indiferença das Embarcações do grupo Velha Companhia, escrito e dirigido por Kiko Marques.
Foto de Ligia Jardim
                O espetáculo mostra a saga de três gerações de habitantes de uma ilha que, ao que indica o programa, foi frequentada pelo autor desde a sua infância (Ilha Grande, no Rio de Janeiro). Ao acompanhar a história das personagens, seguimos também a modernização (?) da ilha com o desaparecimento da fábrica de sardinhas e o afundamento do barco Sargento Evilázio que é testemunha dos acontecimentos e narrador das histórias, situando cada ação no tempo e no espaço (que na maioria dos casos é o cais onde o barco está atracado). Outra testemunha dos fatos é a boia (poita) Rosiméri. Escrito dessa maneira pode soar estranho, mas a encenação tem soluções engenhosas e poéticas para contar as alegrias e tristezas de Magnolia, Bonifácio, Waldeci, Walcimar e tantas outras. Essas personagens são interpretadas por um time de atores de grande talento com desempenho sincero e espontâneo, emocionando o público até as lágrimas. É meio injusto destacar, mas aceito o risco ao escrever que Virginia Buckowski, Kiko Marques, Marcelo Laham, Maurício de Barros e Alejandra Sampaio são responsáveis pelos momentos mais sublimes do espetáculo, além da comovente participação de Walter Portella como o barco Sargento Evilázio.
                O espaço cênico (o cais) concebido por Chris Aizner é simples e eficiente, assim como, a trilha sonora de Umanto, executada ao vivo.
                Esse é um grande momento das artes cênicas e deve ser visto e prestigiado por aqueles que amam o teatro brasileiro.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

TEMPORADA DE VERÃO NOS PALCOS PAULISTANOS


        A temporada teatral de São Paulo revela-se generosa no primeiro mês de 2013 oferecendo 83 espetáculos, segundo o guia OFF. Outras estreias não indicadas no guia somaram-se a esse total ao longo do mês.

        Dos 83 títulos indicados acima; 56 são de autores brasileiros, 20 são de autores estrangeiros e sete são stand up comedies.

        Numa análise superficial dos títulos dos espetáculos de autores brasileiros deduz-se que nada menos que 25 encenações são comédias de apelo comercial que tratam de brigas e reconciliações de casais, assuntos sexuais e diversidade sexual de maneira superficial, preconceituosa e televisiva. Apenas alguns exemplos: Absurdos do Sexo, Casal TPM, Mulheres Solteiras Procuram, O Amante do Meu Marido, O Marido da Minha Mulher, Pirou!?, Pobre ou Rica É Com Ele Que Ela Fica, Super Mulher–A Comédia, Tchau Marido, TPM - Tratamento Para Machos, TPM - Tempo Para Mulher e, para terminar, Uma Noiva Quase Virgem – E Doidinha da Silva. O mais preocupante é que a maioria desses títulos vem de temporadas anteriores sempre com sucesso de público e prometem atravessar o ano em cena sem se preocupar que o verão já acabou. Os títulos longevos e apelativos de autores estrangeiros também são abundantes sendo Os Monólogos da Vagina o melhor exemplo. Esses espetáculos concentram-se em teatros que já foram ícones da cena paulistana como o Teatro Ruth Escobar e o Teatro Maria Della Costa (ambos administrados pela Associação Paulista de Espetáculos de Teatro de São Paulo-Apetesp-), naqueles da Avenida Brigadeiro Luis Antonio (Brigadeiro e Bibi Ferreira), no Teatro Folha e no Teatro Gazeta.

        Minha esperança fica por conta dos espetáculos alternativos realizados por coletivos que graças, principalmente, à Lei do Fomento, têm realizado, no meu ponto de vista, os trabalhos mais importantes dos palcos paulistanos nas últimas temporadas. Aguardemos as novidades!

sábado, 12 de janeiro de 2013

ZESCAR 2012 TEATRO

Cena de Barafonda da Cia. São Jorge de Variedades

PEÇAS:

                1. Estamira-Beira do Mundo (RJ)
                2  .Barafonda
                3 . Isso Te Interessa? (PR)
                4. Ficções
                5. Toda Nudez Será Castigada
                6. Recusa
                7. Opereta de Botequim
Cena de Opereta de Botequim do Grupo Engenho
                8. R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida (RJ)
                9. Macbeth (Gabriel Villela)
                10. Pais e Filhos

ESPETÁCULOS DE RUA:

                1. A Pereira da Tia Miséria (PR)
                2. Sua Incelença, Ricardo III (RN)             

MUSICAL:

1.       Hair
2.       Priscilla, a Rainha do Deserto 

André Torquato no musical Priscilla, a Rainha do Deserto

ESTRANGEIROS:

1.       Bob Wilson e o Berliner Ensemble: A Ópera dos Três Vinténs/Lulu

Cena de A Ópera dos Três Vinténs
2.       Bob Wilson: A Última Gravação de Krapp
3.       Palavra de Ator- Maurice Durozier
4.       Espetáculos no Festival Mirada: Incêndios, Acto Cultural, O Autor Intelectual
5.       Zyia Azazi (Turquia): Ember/Icons

DESTAQUES:

                ATORES: Rodrigo Pandolfo (R&J); André Torquato (Priscilla); Claudio Fontana (Macbeth); Eduardo Okamoto(Recusa); Danilo Grangheia (Estevão); Leonardo Medeiros (Estevão).

Eduardo Okamoto em cena de Recusa
                ATRIZES: Dani Barros (Estamira, Maria do Caritó); Luciana Paes (Meu Pai É Um Homem Pássaro, Ficções).

                DRAMATURGIA: Coletiva (Barafonda); Paulo Santoro (Plínio Contra as Estrelas).

                DIREÇÃO: Antunes Filho (Toda Nudez Será Castigada); Marcio Abreu (Isso Te Interessa?); Eric Lenate (Rabbit).

                CENOGRAFIA: Marisa Bentivegna (Ficções).
Parte do espaço cênico criado por Marisa Bentivegna para Ficções


OS PIORES DO ANO:

                1. Paraíso
                2. Balaio
                3. Prometeu e Oresteia II
                4. O Concílio do Amor
                5. Monster
                6. Amante
                7. Correnteza
                8. Il Viaggio
                9. Menor que o Mundo