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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CAIS ou DA INDIFERENÇA DAS EMBARCAÇÕES




                Há um verdadeiro tesouro a ser descoberto no espaço subterrâneo do Instituto Capobianco: trata-se de Cais ou Da Indiferença das Embarcações do grupo Velha Companhia, escrito e dirigido por Kiko Marques.
Foto de Ligia Jardim
                O espetáculo mostra a saga de três gerações de habitantes de uma ilha que, ao que indica o programa, foi frequentada pelo autor desde a sua infância (Ilha Grande, no Rio de Janeiro). Ao acompanhar a história das personagens, seguimos também a modernização (?) da ilha com o desaparecimento da fábrica de sardinhas e o afundamento do barco Sargento Evilázio que é testemunha dos acontecimentos e narrador das histórias, situando cada ação no tempo e no espaço (que na maioria dos casos é o cais onde o barco está atracado). Outra testemunha dos fatos é a boia (poita) Rosiméri. Escrito dessa maneira pode soar estranho, mas a encenação tem soluções engenhosas e poéticas para contar as alegrias e tristezas de Magnolia, Bonifácio, Waldeci, Walcimar e tantas outras. Essas personagens são interpretadas por um time de atores de grande talento com desempenho sincero e espontâneo, emocionando o público até as lágrimas. É meio injusto destacar, mas aceito o risco ao escrever que Virginia Buckowski, Kiko Marques, Marcelo Laham, Maurício de Barros e Alejandra Sampaio são responsáveis pelos momentos mais sublimes do espetáculo, além da comovente participação de Walter Portella como o barco Sargento Evilázio.
                O espaço cênico (o cais) concebido por Chris Aizner é simples e eficiente, assim como, a trilha sonora de Umanto, executada ao vivo.
                Esse é um grande momento das artes cênicas e deve ser visto e prestigiado por aqueles que amam o teatro brasileiro.




3 comentários:

  1. Obrigado pelos comentários José.
    A simplicidade é uma constante busca.
    Grande abraço,
    UMANTO

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    1. Caro Umanto: revendo o espetáculo, mais uma vez confirmei a beleza do seu trabalho, que dialoga com a cena engrandecendo-a, sem a ela se sobrepor. Esta é uma grande virtude dos músicos que fazem trilha sonora. PARABÉNS!

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  2. Gracias pela dica José Cetra!
    Realmente um dos grandes momentos da temporada.
    Um espetáculo delicado e emocionante.
    Uma história contada com encantamento e sensibilidade.
    Abraços,
    Arnaldo D'Ávila

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