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domingo, 13 de outubro de 2013

CANASTRÕES – TEATRO NO TEATRO



     Coincidência ou não seis dos bons espetáculos que estiveram em cartaz na cidade neste atraente segundo semestre tratam do assunto teatro. São eles:
     - Eu Não Dava Praquilo – Homenagem à grande Myrian Muniz com relatos sobre sua vida e seus trabalhos no teatro.
     - Azul Resplendor – Peça peruana que mostra os bastidores dos ensaios de uma peça onde uma veterana atriz fará sua volta aos palcos.
     - Jacinta – A deliciosa peça de Newton Moreno conta os percalços da pior atriz do mundo em busca dos aplausos.
     - Cacilda!!! – Terceira investida do Teatro Oficina na vida e na obra da grande Cacilda Becker.
     - Os Gigantes da Montanha – A bela montagem desta peça inacabada de Pirandello pelo Grupo Galpão mostra uma companhia decadente de teatro e os limites entre realidade e ficção.
     - A Madrinha Embriagada – Até este despretensioso espetáculo mostra os meandros de uma produção musical.
     Para coroar as produções sobre esse tema entrou em cartaz na semana passada no Sesc Belenzinho  Canastrões.
     Escrita e dirigida pelo galego Moncho Rodriguez a peça faz uma homenagem ao ator Paulo Gracindo (1911 – 1995) e é interpretada por Gracindo Júnior e por seus filhos Gabriel e Pedro. A julgar por este brilhante trabalho chega-se a pensar que talento é uma coisa genética.
 
 Paulo Gracindo
     Num clima de magia próprio do bom teatro onde a imaginação do espectador alcança voos esplendorosos por meio das palavras e dos gestos dos atores assiste-se à trajetória dos três mambembes e seus canastrões (baús que carregam todo o imaginário acumulado pelos atores). Tudo por meio do sofisticado e lúdico texto de Moncho Rodriguez que nos remete a várias fases do teatro universal citando, entre outros, Shakespeare e Gil Vicente (este numa cena memorável de Pedro Gracindo).
 
 
     Sem querer fazer ligação com o sobrenome do trio, os três atores estão em estado de graça. Gracindo Júnior tem uma atuação memorável como o ator mais vivido que conhece todo o poder do teatro e da imaginação e seus dois filhos não deixam por menos realizando um trabalho que se aproxima de uma dança tal a beleza de seus gestuais; além disso, Pedro Gracindo toca vários instrumentos em cena.
     Para completar a magia os figurinos, o cenário e a iluminação são perfeitos; todos eles também de autoria do autor/diretor que assim acumula cinco funções na encenação.
     Os momentos em que os atores solicitam a imaginação do público são de rara emoção e dignos do melhor teatro.
 
 
     Em cartaz apenas até o dia 03 de novembro, Canastrões é um espetáculo que não pode deixar de ser visto por aqueles que acreditam na magia e na força do teatro.
 

2 comentários:

  1. Assistimos em Campinas e ja garantimos os ingressos para dia 27 poder rever essa obra de arte!

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  2. Como autor e encenador, sinto-me feliz pela aceitação deste nosso trabalho.
    Obrigado pelo amavel comentario.

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