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segunda-feira, 13 de maio de 2019

A GOLONDRINA



        A palavra golondrina não existe em português e sua tradução é andorinha, mas tem sonoridade tão bonita e poética em nossa língua que agiu acertadamente a tradutora da obra (Tania Bondenzan) em manter o título original da peça do jovem dramaturgo espanhol Guíllen Clua (1973-) ora em cartaz na cidade.
        A Golondrina é típico e eficiente melodrama, no melhor estilo almodovariano, contando o encontro, a princípio civilizado, de um rapaz com uma professora de canto. O embate entre esse jovem e uma mãe que não assumia a homossexualidade do filho morto em atentado ocorrido em uma boate gay é cheio de reviravoltas e coloca em cena os preconceitos e tabus existentes em relação ao mundo homossexual.
        Esse tipo de texto exige direção equilibrada e atores que o interpretem na corda bamba da emoção para não resvalarem no drama barato e aqui essas funções estão magnificamente preenchidas. A direção de Gabriel Fontes Paiva é sóbria dando ênfase para o que há de mais humano nas personagens e os atores correspondem plenamente à sua proposta.
        Tânia Bondenzan tem, a meu ver, a melhor interpretação de sua carreira como a mãe que tem seus segredos no que concerne à sua relação com o filho; sua composição é cheia de pequenas nuances e Luciano Andrey lhe é um surpreendente contraponto como o jovem que vem remexer feridas dessa mulher, pondo a nu também as suas. A direção aproveita recursos canoros do ator para colocar algumas canções em sua bela voz, canções essas fundamentais para o desenvolvimento da trama.
        Pelas emoções despertadas assiste-se a A Golondrina com um nó na garganta, mas também com um sorriso nos lábios e isso se deve à engenhosidade do texto, à bela tradução cênica do diretor e à excelente interpretação da dupla de atores.

        A GOLONDRINA está em cartaz às sextas e sábados às 21h e aos domingos às 19h no Teatro Nair Bello até 09/06.

        12/05/2019


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