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terça-feira, 1 de setembro de 2020

SEMINÁRIO CPT 2020



Dando início ao que o Danilo Santos de Miranda chamou de relançamento do CPT (Centro de Pesquisas Teatrais do SESC), aconteceu um encontro mediado por Sérgio Luís Oliveira na manhã do dia 01 de setembro de 2020 com a presença do próprio Danilo, da encenadora Bia Lessa, do encenador Gabriel Villela e do dramaturgo Samir Yazbek para falar sobre o legado de Antunes Filho para o teatro.


O CPT foi criado por Antunes dentro da unidade Consolação do SESC e esteve sob sua liderança até sua morte ocorrida em 2019. Nesses 37 anos ali foram concebidos espetáculos e formaram-se atores, diretores, dramaturgos, sonoplastas, cenógrafos que enriquecem a cena teatral brasileira.

Segue abaixo algumas pérolas pinçadas desse longo e instigante papo que se prolongou por mais de duas horas. 

Danilo Santos de Miranda:

        - Realiza-se hoje o relançamento oficial do CPT.

        - Estamos fazendo uma celebração do legado de Antunes.

        - Surge um CPT sem Antunes, mas inspirado nele. 

Bia Lessa:

        - Com a morte desses gênios (Pina Bausch, Tadeusz Kantor, Antunes Filho) não se pode criar uma sombra e querer imitá-los, mas dar um passo a frente, pensando nos pilares que eles construíram.

        - Somos absolutamente iguais e absolutamente diferentes uns dos outros.

        - Citou Mário de Andrade “Não vim ao mundo para ser pedra”, frase que ilustrou sua encenação de Macunaíma.

        - Macunaíma de Antunes (1978) era solar, a minha (2019) era soturna. Agora a questão é “Ai, que preguiça do mundo como ele está agora”.

        - Sempre pensar em CONTEÚDO e FORMA (estética). Qual a melhor forma de dizer determinado conteúdo?

        - Destaque para a importância do Festival Mirada por criar o diálogo com os outros (no caso, a cena estrangeira) 

Samir Yazbek:

        - Recordou a maneira como conheceu Antunes no CCSP.

        - Entrou para o CPT quando Paraíso Zona Norte estava em cartaz (1989)

        - Antunes pretendia montar um espetáculo que mesclasse Jorge Luís Borges e as 1001 noites com Raul Cortez no papel de Borges. A ideia não vingou e mudou para uma obra inspirada na vida do escritor argentino. Samir trabalha nessa obra desde aquela época e a alavancou após a morte de Antunes.

        - Antunes fazia auto crítica. Prova disso é o fato que certo dia Samir apreciava as fotos de Macunaíma afixadas no corredor do CPT e Antunes lhe deu um empurrão bradando “Aqui ninguém olha para o passado!” 

Gabriel Villela:

        - Comparou o CPT a um ateliê renascentista onde se pesquisava sem fins imediatos gerando artistas como Michelangelo.

        - O CPT e arte em geral são excelentes vacinas para a sobrevivência do nosso teatro.

        - Citou a experiência junguiana para o teatro e a obra de Antunes Filho, assim como seu olhar e admiração pelo Oriente. 

A mediação de Sérgio Luís Oliveira foi perfeita e pela primeira vez ouvi dizer que sou um webespectador! 

Elogios quase unânimes surgiram nas mensagens que os webespectadores enviavam, com exceção de uma tal de Silvania P que quase ao final do evento começou a disparar críticas à retomada do CPT (tenho quase certeza quem é essa senhora -ou senhor-!) 

Parabéns SESC! Sempre na frente quando se trata de cultura e cidadania! 

A programação completa do evento que segue até novembro pode ser conferida no site do SESC e nas redes CPT_SESC 

01/09/2020

 

 

       

 

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