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domingo, 12 de fevereiro de 2023

O TEATRO E O CINEMA


As artes me encantam e alimentam minha alma. Assim como não posso deixar de comer, tenho urgência em ouvir música, ler um bom livro, visitar uma exposição e, é claro, ir ao cinema e ao teatro, minhas maiores paixões, porque de alguma maneira essas duas artes englobam todas as outras.

Nos últimos tempos, por uma série de razões passei a frequentar mais o teatro do que o cinema. Em 2022 foram 216 idas ao teatro contra apenas 52 filmes, muitos deles assistidos em casa.

Nestes dias pré carnaval e considerando que já assisti à maioria das peças em cartaz - foram 21 até hoje, com destaque para as boas surpresas: SOLO DE MARAJÓ (vinda do Pará), F(R)ICÇÔES (grande momento de Vera Holtz e Rodrigo Portella) e VONTADE DE UMA COISA COM VOCÊ (delicado espetáculo com o grande ator Rogério Fróes) - e que há uma promoção nos cinemas com ingressos a dez reais resolvi por os filmes em dia, começando pelos candidatos ao Oscar na categoria de melhor filme.

O delirante e grandiloquente ELVIS de Baz Luhrmann eu já havia assistido no ano passado e nesta semana seguiram-se o bem chatinho OS FABELMANS (na tentativa de fazer um filme intimista, Steven Spieberg fez um filme sem conflitos e soporífero), o metido a pós moderno TÁR (onde Todd Field abusa da narrativa fragmentada e das cenas que não se desenvolvem, sendo que o único mérito do filme cabe à interpretação magnífica de Cate Blanchett), o histérico TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO (começa bem, mas depois abusa da velocidade das cenas em universos paralelos deixando o espectador tão desnorteado quanto a protagonista Evelyn, em ótima interpretação de Michelle Yeoh).

E ontem foi o dia de assistir a OS BANSHEES DE INISHERIN para o qual me dirigi meio incrédulo tanto pelo inusitado do título quanto pelas decepções com os outros candidatos.

E que grata surpresa!! A partir do rompimento de uma longa amizade por uma das partes, o filme idealizado e dirigido com muita delicadeza por Martin McDonagh trata, entre outras camadas, de solidão, de urgência em realizar coisas dada a finitude da vida e de amizade. Colin Farrell tem uma interpretação comovente como o inseguro Pádraic que faz de tudo para reaver a amizade do músico Coln interpretado por Brendan Gleeson. Têm função importante na trama a irmã de Pádraic (Kerry Condon, excelente), o rapaz problemático Dominic (Barry Keoghan), a misteriosa velha senhora Mrs. Cormick (Sheila Flitton), sem esquecer da adorável Jenny, a pequena mula companheira de Pádraic.

Tudo se passa na fictícia ilha de Inisherin na costa oeste da Irlanda no ano de 1923, época da guerra civil irlandesa, da qual se vêm e se ouvem os bombardeios ao longe.

Um grande pequeno filme que merecia o Oscar tanto de filme como de interpretação para o trio Colin (ator), Brendan (ator coadjuvante) e Kerry (atriz coadjuvante).

Dos cinco candidatos restantes não pretendo assistir nem a AVATAR e muito menos a TOP GUN. Assisto nesta semana NADA DE NOVO NO FRONT (na Netflix) e TRIÂNGULO DA TRISTEZA (aproveitando os últimos dias da promoção). Fica faltando ENTRE MULHERES (Women Talking) que não sei se já estreou ou estreará em breve.

Quanto à cerimônia do Oscar, garanto que não irei assistir.

E vou ficar atento aos lançamentos cinematográficos não hollywoodianos!!

VIVA o CINEMA!

VIVA O TEATRO!

12/02/2023

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