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terça-feira, 28 de março de 2023

3x1 TEBAS

 

Daquelas surpresas que fazem o gaudio do espectador!

Eu já havia me deliciado com Fuente Ovejuna (2017) e Conto de inverno (2019) da companhia Sem Querer de Tentativas Teatrais, as duas últimas peças da Trilogia da Taverna iniciada em 2015 com O Inspetor Geral, todas elas apresentadas na Sala Espelho do extinto e saudoso Viga Espaço Cênico em belíssimo cenário criado por Kleber Montanheiro.

Depois de uma parada forçada devido à pandemia da covid, eis que a trupe liderada por Juliano Barone volta com toda a energia com esse excelente 3x1 Tebas que apresenta de uma só vez a Trilogia Tebana de Sófocles (497 A.C. – 406 A.C.) em uma sofisticada adaptação da dramaturga Solange Dias que inclui novos textos e canções. Solange faz recorte preciso na trilogia dando ênfase à principal e mais perfeita delas que é Édipo Rei apresentando em sequência versões mais condensadas de Édipo em Colono e Antígona.

O grupo define-se como especializado em teatro para a juventude, mas este espetáculo transcende qualquer classificação etária atingindo jovens e adultos, característica aliás que já se percebia em seus outros espetáculos.        

        Elenco afinadíssimo de jovens e experientes atores pertencentes à companhia encarrega-se junto com os veteranos Luiz Amorim (Tirésias) e Joca Andreazza (Creonte), das principais personagens das três tragédias: Marcus Veríssimo (Édipo), Juliana Arguello (Antígona), Monique Fraraccio (Ismênia), Pedro Casali (Teseu), Edi Cardoso (Jocasta) e Dani Duarte (Polinices). O côro, também afiado, comenta a ação ora falando, ora cantando as composições do diretor musical Wagner Passos. A parte instrumental é executada ao vivo por um grupo de cinco músicos.

        É gratificante e emocionante ver os veteranos Luiz Amorim e Joca Andreazza contracenando com o elenco mais jovem e ainda mais gratificante testemunhar as viscerais interpretações de Marcus Veríssimo, Juliana Arguello e Monique Fraraccio.

        Nota-se o cuidado na produção do espetáculo nos mínimos detalhes: cenário com cordas que delimitam o espaço e figurinos de Kleber Montanheiro, iluminação precisa de Gabriele Souza, máscaras criadas por Jair Correia e direção de movimento por Bruna Longo. Cada um desses itens somado à excelência na interpretação e na direção de Juliano Barone revelam o alto nível profissional do trabalho que não pode se restringir a essa curta e pouco divulgada temporada.

        O espetáculo é uma coprodução dos núcleos Educatho e Sem Querer de Tentativas Teatrais e está em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade APENAS até o próximo sábado, dia 1º, portanto CORRA!! Sessões de quarta a sábado às 15h, com sessão extra na quarta às 19h30.

        IMPERDÍVEL.

        28/03/2023

Um comentário:

  1. Caro Cetra.
    É uma honra ter o seu olhar tão afiado e suas palavras generosas.

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