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quarta-feira, 1 de maio de 2024

GLAUCE

 Acredito que minha geração foi a última que teve o privilégio de assistir a Glace Rocha (1930-1971) no teatro. Glauce era uma atriz visceral que se jogava em cena como uma trapezista sem rede de proteção.

Eu a vi duas vezes em 1970: em O Exercício de Lewis John Carlino, onde ela dividia o palco com Rubens de Falco e pouco depois em Um Uísque para o Rei Saul, monólogo de Cesar Vieira, que abriu o Festival de Teatro Amador do Sesc daquele ano. Menos efêmero que o teatro, no cinema ainda pode-se ver interpretações antológicas da atriz, em Navalha na Carne adaptação da peça de Plínio Marcos dirigida por Braz Chediak e Terra em Transe de Glauber Rocha.

 Débora Duboc - foto de Priscila Prade
O autor Leonardo Netto escreveu esta peça biográfica da atriz, que tem excelente interpretação de Débora Duboc e dirigida delicadamente por Debora Debois.

A peça se passa nas últimas 24h de vida de Glauce, inicia-se na noite em que ela recebe um estranho telefonema, onde lhe é dito que “a morte está rondando”... e a partir daí ela revê aspectos importantes de sua vida, culminando com sua morte na noite seguinte.

Para os que ainda não sabem, eu sofri um acidente que comprometeu minha capacidade motora e pela situação atual, esta é a última matéria sobre teatro que eu escrevo. Espero que isto se reverta logo e que brevemente eu volte a frequentar os teatros e torne a escrever sobre os espetáculos.

Glauce teve sua estreia em São Paulo no dia 5 de abril e encerra sua temporada neste final de semana. Não deixe de assistir.

 

 

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