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domingo, 3 de junho de 2012

PORTELA, PATRÃO; MÁRIO, MOTORISTA.

                Esta inteligente adaptação de O Senhor Puntila e Seu Criado Matti de Brecht feita pelos atores e diretores Daves Otani e Eduardo Osorio esteve em cartaz até o dia 03 de junho no pequeno auditório do Sesc Pinheiros sem a repercussão que um espetáculo  deste nível merecia. Tudo funciona muito bem nesta obra de câmera pensada para apenas dois atores      (o original brechtiano tem mais de 20 personagens), onde a ação se concentra nos embates entre o patrão e o criado, revelando e discutindo o jogo de manipulação do poder. O original já havia sido montado pelo mesmo grupo (Boa Companhia de Campinas) em 1998 e esta revisita é bastante oportuna. Num típico jogo clownesco Branco versus Augusto, a trama se desenvolve com os dois excelentes atores se revezando nos papéis do motorista Mário e do patrão Portela, sendo que este último sofre as mudanças de sóbrio/mau caráter para bêbado/amistoso. O rendimento dos atores é ótimo e são muito bem coadjuvados pelos bonecos confeccionados por Helô Cardoso, Caio Sanfelice e Francisco Ivan Russo. A peça foi co-dirigida por Verônica Fabrini.

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