Muito já se disse e escreveu sobre Kabarett, musical da Cia. da Revista escrito, dirigido e
interpretado por Kleber Montanheiro. A montagem original é de 1999; foi
remontada em 2009, tendo sido apresentada esporadicamente nesses cinco anos, fazendo
sua última apresentação (esperemos que desta temporada) na noite calorenta de
27 de janeiro de 2014 e despedindo-se do simpático espaço na Praça Roosevelt (o
grupo está de mudança para uma nova sede na Alameda Nothman).
Apesar da minha intensa vida de espectador, por uma série de
circunstâncias, só agora assisti ao empático trabalho de Kleber como a mestre
de cerimônias Georgette. Tudo gira em torno dela sendo ela não só a mestre, mas
a própria cerimônia. O numeroso elenco, apesar de um ou outro pequeno solo,
serve de suporte para Georgette brilhar. E como Kleber Montanheiro brilha! Com gestual
e voz perfeitos, ele tira partido de cada momento tanto do elenco como do
público fazendo a apresentação fluir de maneira lúdica apesar de duração, no
meu ponto de vista, excessiva do espetáculo.
O espetáculo propõe-se a mostrar que apesar do clima
divertido dentro do cabaré, lá fora a besta do nazismo de Hitler está atenta e
preparando-se para o domínio total. Esse clima remete àquele do clássico filme
de Bob Fosse Cabaret (1972) e atinge
seu objetivo com muito mais eficiência do que o musical estrelado por Claudia
Raia baseado no filme e que esteve em cartaz na cidade até o ano passado. Ao
lado do prodigioso trabalho de Kleber creio ser esse o maior elogio que posso
fazer a Kabarett.
Longa vida à Cia. da Revista em sua nova sede, que espero
seja tão acolhedora quanto a atual.
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