Segundo
os guias de teatro, 583(*) peças assinadas por dramaturgos brasileiros
estiveram em cartaz nos palcos de São Paulo no ano de 2014 com uma média de 48
estreias ou reestreias por mês. Quantidade espantosa não necessariamente
acompanhada de qualidade. Abundam os espetáculos comerciais que apenas pelo
título indicam a que vieram, tais espetáculos, em geral, concentram-se nos Teatros Ruth
Escobar, Maria Della Costa, Bibi Ferreira, Brigadeiro, Gazeta e Folha.
Ronaldo Ciambroni
O
dramaturgo mais montado no ano foi Ronaldo Ciambroni com nove espetáculos em
cartaz, seguido de Mário Bortolotto com sete. Nelson Rodrigues e Plínio Marcos,
em geral bastante montados, ficaram com cinco, empatados com Luís Alberto
de Abreu, Sergio Roveri e Wilson Coca. Jô Bilac, Tony Giusti e José Celso Martinez
Corrêa/Marcelo Drummond comparecem com quatro títulos. 10 autores tiveram três
textos montados e 35 aparecem com dois títulos.
O
gênero drama predomina com 355 títulos, seguido de 161 comédias, mas é curioso
notar a presença de 45 espetáculos musicais assinados por autores brasileiros,
a maioria deles focando vida e obra de cantores famosos.
Esse
ano tão pródigo em número de espetáculos de autores brasileiros não destacou ao
meu modo de ver nenhum nome da nova geração. Entre aqueles a que assisti, os melhores textos foram Abnegação de Alexandre Dal Farra, Maldito Benefício de Leonardo Cortez e
as excelentes adaptações para teatro de O
Grande Circo Místico (Newton Moreno e Alessandro Toller) e de Os Irmãos Karamázov (Luís Alberto de Abreu e Calixto de Inhamuns).
Esperemos
que em 2015 haja melhor equilíbrio entre quantidade e qualidade.
(*) Não fazem parte deste total: stand up comedies, teatro infantil e
espetáculos apresentados na periferia que não aparecem nos guias.
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