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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

INDICADOS AO PRÊMIO APCA DE TEATRO - 2015



ATOR
Primeiro semestre
DANILO GRANGHEIA – KRUM
GUSTAVO GASPARANI – RICARDO III
MARCOS BREDA – OLEANNA

Segundo semestre
CHICO CARVALHO – A TEMPESTADE
MARCO ANTÔNIO PÂMIO – MEDIDA POR MEDIDA
RAFAEL MAIA - OTELO

ATRIZ
Primeiro semestre
ALEJANDRA SAMPAIO – VALÉRIA E OS PÁSSAROS
CAROLINA MÂNICA – DIAS DE VINHO E ROSAS
MARIA LUÍSA MENDONÇA – UM BONDE CHAMADO DESEJO

Segundo semestre
ANDREIA NUHR – AS ESTRELAS SÃO PARA SEMPRE?
NICOLE CORDERY – DISSECAR UMA NEVASCA
SIMONE GUTIERREZ – ANTES TARDE DO QUE NUNCA

AUTOR
Primeiro semestre
JOSÉ EDUARDO VENDRAMINI – CARTAS LIBANESAS
OSWALDO MENDES – INSUBMISSAS
SILVIA GOMEZ – MANTENHA FORA DO ALCANCE DO BEBÊ

Segundo semestre
ALEXANDRE DAL FARRA – O FILHO
SERGIO DE CARVALHO - OS QUE FICAM
VERA LAMY – MANUELA

DIRETOR
Primeiro semestre
FABIO ASSUNÇÃO – DIAS DE VINHO E ROSAS
RODRIGO SPINA – AQUI ESTAMOS COM MILHARES DE CÃES VINDOS DO MAR
ZÉ HENRIQUE DE PAULA – URINAL

Segundo semestre
CLARA CARVALHO/DENISE WEINBERG – A MÁQUINA TCHEKHOV
FRANCISCO MEDEIROS – DO AMOR
GABRIEL VILLELA – A TEMPESTADE

ESPETÁCULO
Primeiro semestre
AQUI ESTAMOS COM MILHARES DE CÃES VINDOS DO MAR
CONSERTANDO FRANK
RICARDO III

Segundo semestre
A MÁQUINA TCHEKHOV
ORGIA ou COMO OS CORPOS PODEM SUBSTITUIR AS IDEIAS
SÓ (Grupo Sobrevento)

         Votaram os críticos:
Primeiro semestre: Aguinaldo Cristofani Ribeiro da Cunha, Edgar Olímpio de Souza, Evaristo Martins de Azevedo, José Cetra Filho, Kyra Piscitelli, Maria Eugênia de Menezes, Maria Lúcia Candeias, Michel Fernandes e Vinício Angelici.

Segundo semestre: Edgar Olímpio de Souza, José Cetra Filho, Kyra Piscitelli, Marcio Aquiles Fiamenghi, Miguel Arcanjo Prado e Vinício Angelici.

25/11/2015

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FIM DE SEMANA TEATRAL (18 a 22 de novembro de 2015)



         Neste final de semana do feriado prolongado, na tentativa de abarcar o maior número de montagens antes da reunião de premiação da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) assisti a seis espetáculos e para minha alegria me surpreendi positivamente com todos. Na impossibilidade de escrever matérias exclusivas faço abaixo um breve apanhado sobre cada um deles:


         DESILUSÃO DAS DEZ HORAS: O poético texto de Alberto Guiraldelli baseado em poema de Wallace Stevens recebeu simples e delicada tradução cênica de André Garolli mostrando a solidão de duas mulheres solitárias e carentes de afeto e de sexo, uma vez que seus maridos marinheiros passam muito tempo longe de casa. Helio Cícero é o destaque do elenco. No Espaço Viga até 17/12.


         DISSECAR UMA NEVASCA: A encenação do árido texto de Sara Stridsberg contando a saga da Rainha Cristina da Suécia tem seu grande trunfo na atuação do elenco com destaque para o talento e a energia de Nicole Cordery no papel da rainha. Nicole afirma-se cada dia mais como uma das melhores jovens atrizes do nosso teatro, haja vista seu outro brilhante trabalho em Ato a Quatro neste mesmo ano. Na Oficina Cultural Oswald de Andrade até 28/11.

         ANTES DE TUDO: Texto e direção de Dan Rosseto já comentado neste blog. No Teatro Augusta até 13/12.


         HAMELETE – O CORDEL: Esta surpreendente adaptação para linguagem de cordel do Grupo Careta para o clássico de Shakespeare é absolutamente imperdível. Irreverente e divertida sem perder a essência do original. Elenco afinadíssimo com uma hilária Ofélia e Rainha Gertrudes, ambas interpretadas por atores homens. O ator que interpreta Hamlet, ou melhor, Hamelete é ótimo e engraçado. As únicas mulheres do elenco (duas) fazem as vezes de narradores e coringas de várias personagens secundárias. Destaque também para o cenário e os figurinos. No Espaço Parlapatões até 11/12.


         SOLILÓQUIOS: Texto bastante interessante e promissor do jovem dramaturgo Amarildo Felix, recém-saído do Núcleo de Dramaturgia do Sesi bravamente capitaneado por Marici Salomão. As personagens definidas como Ex Namorada e Ex Namorado destilam seus rancores em solilóquios entremeados por rápidos flashbacks do passado feliz. A peça tem bastante semelhança com Mão na Luva de Oduvaldo Vianna Filho, mas é absolutamente original em sua linguagem. A direção nervosa de Johana Albuquerque exige bastante energia na movimentação dos atores. A pequenina e graciosa Erica Montanheiro agiganta-se em cena provando que é uma atriz de grande talento. Luciano Gatti a acompanha muito bem apesar de ser um pouco monocórdio e discursivo em suas falas. Textos sobre a monogamia de animais irracionais são bastante interessantes, mas repetem-se à exaustão e a peça poderia terminar da bela cena em que ela abandona o lar. No C. C. Fiesp até 20/12.


         A REAÇÃO: Definida como “comédia romântica”, a peça da inglesa Lucy Prebble é muito mais do que isso discutindo o mercantilismo da indústria farmacêutica e as consequências de medicação no tratamento de estados depressivos. Diálogos fluentes com dinâmica e enxuta direção de Clara Carvalho. Destaque para o tratamento visual (de Herbert Bianchi e Laerte Késsimos) ilustrando os exames aos quais o casal de cobaias é submetido. Isabella Lemos tem tipo e sabe tirar partido dele para compor Connie, a jovem cobaia. André Bankoff não se vale de sua exuberância física na composição de Tristan, propondo-se até a sapatear num divertido momento da peça. Clara Carvalho e Rubens Caribé não precisam de nenhum esforço para mostrar os seus talentos como os médicos do centro de pesquisas em que se passa a ação. Destaque também para a excelente trilha sonora de Ricardo Severo. No Teatro Vivo até 20/12.


         SATYRIANAS: A destacar também a bonita movimentação de uma bonita e pacífica multidão na Praça Roosevelt madrugada adentro durante a realização da Satyrianas. Parabéns Ivam Cabral e Rodolfo García Márquez por mais esta realização.


23/11/2015

domingo, 22 de novembro de 2015

ANTES DE TUDO...A PERFEIÇÃO É UMA META!


        Reza a lenda que Michelangelo ao finalizar a escultura de Moisés ficou tão extasiado com a perfeição de sua obra que deu uma martelada na mesma e exclamou: Parla! (Fala!). Algo semelhante ocorre ao final de Antes de Tudo quando o artista Jules por vias bastante diversas atinge a sua almejada meta.


        A peça de Dan Rosseto conta como esse artista obsessivo e com aparência paranoica utiliza-se de seres humanos para realizar obras inspiradas no Santo Sudário. A peça inicia em tom realista que remete aos primeiros trabalhos de Plínio Marcos (mais especificamente a Dois Perdidos Numa Noite Suja), mas desemboca numa espécie de realismo fantástico até o final surpreendente. Os diálogos são fluentes e cortantes e as personagens muito bem construídas. A direção do autor acertadamente enfatiza a interpretação dos atores. Kleber Montanheiro com sua habitual competência e bom gosto assina a luz, os figurinos e o cenário, realizando verdadeira proeza no exíguo espaço da sala experimental do Teatro Augusta.


        Gustavo Haddad compõe Jules com muita propriedade oscilando entre a estudada e irônica delicadeza e a violência com que trata os dois jovens devidamente selecionados entre fracassados na vida para serem tratados como tela, tinta e pincel; ou seja; meros objetos de trabalho.
        Mateus Monteiro é Dante, um ex-boxeador revoltado com a vida, desesperançado e que procura sobreviver a cada dia à custa de um ou outro bico, deixando literalmente partes de si em algumas de suas atividades. Interpretação precisa que tem seus melhores momentos no embate inicial e na confissão que faz do seu passado.
        Lucas Romano é Johann, um quase garoto simplório vindo do interior cujo maior bem é um peixinho que também se torna objeto do insaciável Jules. Johann com sua simplicidade é responsável pelos momentos mais leves do denso espetáculo e Lucas sabe tirar partido disso e também da dramática cena em que confessa porque realmente saiu de sua pequena cidade.
        ANTES DE TUDO é espetáculo que nos faz refletir sobre os limites da arte e mais que isso sobre os meios que o homem se vale para atingir seus objetivos.
        Cercada de profissionais competentes a produção de Fabio Camara atinge o objetivo de um trabalho artístico bem realizado. A lamentar apenas a precariedade da sala (muito quente e má visibilidade nas segunda e terceira fileiras).
        ANTES DE TUDO está em cartaz no Teatro Augusta às sextas (21h30), sábados (21h) e domingos (19h) até 13 de dezembro.


22/11/2015

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

E O VENTO (DE OUTUBRO) LEVOU...


         O teatro é a arte do efêmero e no mês de outubro o vento levou cinco importantes espetáculos que ficarão apenas na memória daqueles privilegiados espectadores que tiveram a oportunidade de vê-los. Dois deles (A Máquina Tchekhov e Do Amor) foram comentados neste blog, mas o tempo exíguo não permitiu que eu escrevesse uma matéria sobre os outros três. São eles:


         BT TRANS – Corajoso espetáculo do grupo As Travestidas de Fortaleza, onde o ator Silvero Pereira se desnuda do suposto charme de Gisele (seu alter ego) e apresenta sem maquiagem e sem glamour fatos da vida de travestis (a violência homofóbica, o preconceito, o difícil relacionamento com a família). Belo trabalho que termina com uma dramática interpretação de Geni e o Zepelin de Chico Buarque.


         DESTERRADOS/UR EX DES MACHINE – O espetáculo da Cia. Antropofágica cumpriu apenas oito apresentações no Teatro Anchieta integrando a programação paralela da exposição Máquina Tadeusz Kantor no Sesc Consolação. O encenador Thiago Reis Vasconcelos fazendo jus ao nome de sua companhia preparou uma salada muito bem temperada de Bertolt Brecht, Kurt Weill e Tadeusz Kantor, citando de maneira entre outros, Stanley Kubrick (os macacos de 2001- Uma Odisseia no Espaço e a personagem Alex de A Laranja Mecânica) e até a cena da barricada de um musical da Broadway (Les Misérables)!. É claro que, na melhor tradição de Kantor, Thiago permanece em cena fumando durante toda a apresentação. O espetáculo tem ares de superprodução graças ao patrocínio do Sesc e ao imenso palco do Teatro Anchieta. Adequando-se às dimensões da sede da companhia no Espaço Pyndorama a montagem poderia ali cumprir temporada mais longa, permitindo assim que um público maior possa desfrutar dessas duas horas de bom e criativo teatro.


         MANUELA – O que parecia ser uma ideia, no mínimo estranha, tornou-se um dos espetáculos mais interessantes do ano: criar uma peça onde a protagonista é Manuela, a máquina de escrever de Mário de Andrade, assim chamada por ele em homenagem ao seu amigo Manuel Bandeira. Vera Lamy tomou para si a tarefa e saiu-se muito bem tanto na dramaturgia como na atuação. Na dramaturgia ela mescla as falas da máquina com as do escritor e com trechos de suas obras (Macunaíma, O Poeta Come Amendoim e outros poemas). Na atuação a atriz não é menos que virtuosa; interpretando e cantando seu trabalho pode se inserir entre os melhores do ano, fato atestado pelos calorosos aplausos do público que lotou a última apresentação do espetáculo no último fim de semana. O pianista e percursionista (ele faz som até com os tamancos que calça!) Lincoln Antonio é peça importante da encenação fazendo as vezes da viola, outra companheira inseparável do escritor e que chega até a provocar os ciúmes da possessiva Manuela. Após apresentações no Sesc Ipiranga, a peça cumpriu temporada relâmpago na sede da Cia. do Feijão.

         Ainda há tempo de assistir a outros dois bons espetáculos ainda não comentados:

         O BALCÃO – A (boa) adaptação reducionista de Roberto Alvim eliminou as personagens de Chantal e Roger que fazem parte da causa revolucionária que acontece fora dos limites do bordel de Madame Irma, mas a revolução está presente na poderosa trilha sonora de LP Daniel que ilustra não só nas cenas, mas também os blackouts entre elas. A encenação de Alvim é visualmente deslumbrante com desenho de luz realizado pelo próprio encenador e figurinos que levam a assinatura de Juliana Galdino. Desta vez veem-se as personagens e entende-se o que elas dizem, fatos quase sempre ausentes nas montagens do Club Noir. A interpretação de Juliana Galdino utilizando todas as nuances de sua poderosa voz é marcante. Em cartaz no Club Noir.

         FILOCTETES – O texto verborrágico de Heiner Müller recebe tradução cênica de Marcio Aurélio que prima por cuidadosa movimentação dos atores (quase uma dança) e pela sugestiva trilha sonora. Boas atuações de Paulo Marcello, Washington Luiz e Marcelo Lazzaratto que volta a atuar no grupo Razões Inversas. Em cartaz na Funarte.

         A crise brasileira está brava, mas o teatro responde bravamente colocando em cartaz muita coisa de qualidade. Que os ventos de novembro e dezembro soprem a favor!


06/11/2015


domingo, 1 de novembro de 2015

NOITE MEMORÁVEL NO CAFÉ TEATRAL MACU


        Por intermédio do Rafael Carvalho fui convidado pela Marcia Azevedo a participar de um bate papo no Teatro Escola Macunaíma sobre a minha trajetória de espectador de mais de 3000 peças de teatro tendo como base o meu livro O Teatro Paulistano de 1964 a 2014-Memórias de Um Espectador.
        O encontro no dia 30 de outubro foi na Unidade da Barra Funda onde fui acolhido com muito carinho e atenção pelo diretor da escola Luciano Castiel e pelos professores Rafael e Marcia.
        A primeira surpresa deu-se com as dimensões da escola e com sua sólida infraestrutura para o ensino e o exercício do fazer teatral (salas de teatro, de ensaio e de aula).
        A segunda grata surpresa foi adentrar o espaço onde se realizaria o Café Teatral Macu: uma sala mágica com poltronas e decorações surreais dignas de um Salvador Dali onde tudo respira teatro.



        Finalmente uma terceira e a mais importante surpresa: um público de mais de 50 jovens estudantes de teatro que se sentaram nos bancos e nas aconchegantes almofadas espalhadas pelo chão e que acompanharam com atenção e sempre com um sorriso nos lábios aquilo que eu falei durante mais de uma hora. A citação deste fato ou aquele espetáculo despertava reações interessantes e surpreendentes naqueles jovens o que me entusiasmou e estimulou sobremaneira a minha fala.


        Foi para mim uma noite memorável que finalizou de forma inesquecível com a leitura do epílogo do livro interpretado lindamente por Suzy Vieira (Cacilda Becker), Geovanna Portante (Lilian Lemmertz) e Dayana Novais (Lelia Abramo).



        Não posso deixar de escrever sobre a presença de amigos queridos que foram incentivar a minha apresentação: Rose Nagib (que cuidou da venda dos livros), Nadya Milani, Neuza “Fifi” Pommer, Arnaldo D’Ávila, Edgard Tadeu Tavares, Roberto Borenstein, Mariana Cetra, Cesar Zanin e minha adorável neta, a pequena Laura, que talvez tenha sido a pessoa que menos estava interessada no que o avô tagarela estava falando, mas que se esbaldou nas almofadas ao final do evento.

Quem diria! O Rogério foi com uma camiseta igual à minha. O par de vasos está sendo abraçado pelo Roberto Borenstein.


        Publicamente quero agradecer ao pessoal do MACU por essa noite tão significativa e informar que o Teatro Escola Macunaíma vai promover a sua 83ª (!!) mostra de teatro no período de 06 de novembro a 23 de dezembro com mais de 60 espetáculos interpretados pelos alunos e dirigidos pelos professores da escola. As apresentações serão na Unidade Barra Funda à Rua Adolfo Gordo, 238. Mais informações: macunaima.com.br/mostra ou pelo telefone 3217-3400. Entrada gratuita.

        Informo ainda que farei uma apresentação nos mesmos moldes no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc no dia 11 de novembro das 19h às 21h. A entrada também será gratuita.  O espaço fica no prédio do Fecomércio na Rua Dr. Plínio Barreto 285 – 4 andar (marginal à Avenida Nove de Julho, próximo à Fundação Getúlio Vargas). Telefone: 3254-5631.


01/11/2015