BRAVOS
GUERREIROS
Apesar
da crise política, apesar da crise econômica e do dólar e o euro elevados às
alturas, apesar da crise cultural que até a natureza colabora para que se torne
mais grave (haja vista os recentes incêndios do Museu da Língua Portuguesa e da
Cinemateca), apesar de “você”, apesar de tudo isso os incansáveis batalhadores Antônio
Araújo e Guilherme Marques com o apoio dos patrocinadores divulgaram na última
segunda feira, dia 1º de fevereiro, a realização da
terceira edição da MITsp , evento que já faz parte do calendário cultural da
cidade. Nem tudo está perdido, Ruth Escobar!
A
mostra está mais compacta, mas a redução em quantidade parece ter intensificado
a qualidade, pois todos os dez espetáculos programados parecem oferecer grandes
surpresas artísticas. Além disso, grande ênfase continua sendo dada aos eixos
reflexivo e pedagógico onde poderão ser discutidos assuntos relevantes como o
papel da narrativa no teatro contemporâneo, o racismo, a relação do teatro com
a música e as artes visuais e até um diálogo com a cidade de São Paulo, através
de um espetáculo trazido pelo grupo alemão Rimini Protokoll intitulado 100% São Paulo. Haverá a realização de
workshops, lançamento de livros, palestras e muita discussão sobre a função da
crítica.
Cautelosos os organizadores não quiseram
adiantar a data da realização da 4ª MITsp como fizeram nos anos anteriores,
sugerindo até que ela possa tornar-se bienal. Temos certeza que esses bravos
guerreiros vencerão mais uma árdua batalha e vão conseguir manter a anuidade de
tão importante evento. Torcida é o que não falta!
Mas
vamos à programação dos espetáculos da 3ª MITsp:
A
mostra será aberta no dia 04 no Auditório Ibirapuera com o espetáculo CINDERELA do dramaturgo e encenador
Joël Pommerat, espetáculo infanto-juvenil em coprodução belgo francesa.
Ainda
de Joël Pommerat, de quem já tivemos a oportunidade de ver a instigante Esta Criança montada em 2014 pela Cia.
Brasileira de Teatro e Renata Sorrah, a França envia a sua última realização ÇA IRA.
ÇA IRA
Da
Grécia o coreógrafo Dimitris Papaioannou nos traz NATUREZA MORTA que é uma fusão de teatro-dança com as artes
visuais.
A CARGA é o espetáculo proveniente do
Congo com o importantíssimo dançarino africano Faustin Linyekula.
(A)POLÔNIA é uma encenação polonesa do
diretor Krzysztof Warlikowski. O projeto do encenador polonês é baseado em
textos clássicos e contemporâneos. Pelo pouco vi (fotos e fragmentos da
montagem) este espetáculo deverá ser o ponto alto da MITsp, repetindo o impacto
de A Gaivota e Opus nº 7 da mostra de 2015.
(A)POLÔNIA
100% CITY, trabalho da companhia alemã
Rimini Protokoll, adapta-se à cidade onde é apresentado colocando no palco
habitantes da mesma. Aqui se transformou em 100% SÃO PAULO e pela primeira vez a MITsp ocupará o palco do nosso
Theatro Municipal.
100% SÃO PAULO
REVOLTING MUSIC – INVENTÁRIO DAS CANÇÕES DE
PROTESTO QUE LIBERTARAM A ÁFRICA DO SUL já traz no título aquilo a que se
propõe o músico e performer Neo Muyanga.
Inspirados
na obra de Thelonious Monk os belgas Josse de Pauw e Kris Defoort criaram AN OLD MONK outro espetáculo que funde
teatro e música.
Dentre
os espetáculos nacionais o grupo Teatro de Narradores dirigido por José
Fernando Azevedo apresentará CIDADE VODU,
espetáculo itinerante a ser realizado na Vila Itororó.
Finalmente,
o grupo Ultralíricos dirigido por Felipe Hirsch apresentará seu novo trabalho A TRAGÉDIA LATINO-AMERICANA.
Agora
o negócio é preparar-se para a maratona teatral que nos deixará
(deliciosamente) ocupados por dez dias de março.
04/02/2016
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