Neste
domingo, 13 de março, chegou ao fim mais uma bem sucedida edição do evento
idealizado e realizado com tanta garra por Antonio Araújo e Guilherme Marques.
Foram onze dias muito bem preenchidos por espetáculos e por atividades
paralelas.
Comento
abaixo os oito espetáculos internacionais a que assisti na ordem da importância
para mim. Deixei de ver as duas peças nacionais pelo fato que entrarão em
cartaz na cidade nos próximos dias.
ÇA
IRA (França)– O grande momento da MITsp 2016. Numa só palavra:
superlativo. Escrevi matéria a respeito neste blog. Só por ele se justificaria
o evento.
AN
OLD MONK (Bélgica) – Uma gratíssima surpresa. Começa cenograficamente
feio (propositalmente, segundo o diretor) e termina com desnecessária projeção
de slides após cena que seria belíssimo e catártico final, mas em compensação, que
recheio!! Um velho ator conta a saga de uma vida ao som de inspiradíssima
música a partir da obra de Thelonius Monk. Comovente e humano na medida certa.
STILL
LIFE (Grécia) – Espetáculo a ser contemplado com vagar, da mesma
maneira como se explora um quadro. Visualmente perturbador e belo, apesar de
alguns tempos mortos e exaustivos, como aquele em que os atores retiram
“esparadrapo” do chão do palco por quase dez minutos.
CINDERELA
(Bélgica/França) – Outro belo trabalho do encenador Joël Pommerat (ele também é
o diretor de Ça Ira). Foi o
espetáculo de abertura da mostra e alvo de matéria neste blog.
(A)POLÔNIA
(Polônia) - Esperava muito desta encenação do polonês Krzystof Warlikowski, mas
ela me decepcionou. Poluída tanto visual (vídeos, movimento simultâneo de
atores e objetos em vários pontos do palco) como dramaturgicamente (pastiche de
tragédias gregas com vários outros textos), torna-se cansativa em suas quatro
horas de duração.
A
CARGA (Congo) - Teatro dança narrado em bom português pelo coreógrafo
Faustin Linyekula. Falando da memória incorporada em seu corpo ele traduz a
mesma através de gestual bastante próprio.
100%
SÃO PAULO
(Alemanha/Brasil) - Ideia bastante criativa de tentar reproduzir no palco
aquilo que mostram as estatísticas que resulta, porém, em espetáculo monótono e
repetitivo depois da primeira meia hora.
REVOLTING
MUSIC (África do Sul) - Não se trata de teatro musical, mas de show do
cantor Neo Muyanga cujo único vínculo com teatro é a temática comum a todas as
músicas (canções de protesto que libertaram a África do Sul).
Quanto
às atividades paralelas tive oportunidade de presenciar as falas de Joël
Pommerat e Josse de Pauw dentro do bloco Pensamento
em Processo e as três mesas de discussão no bloco Reflexões Estético-Políticas.
Não tive a oportunidade de comparecer ao Cabaré que parece ter sido ótimo ponto
de encontro e de diálogo entre os amantes do teatro.
Foi
uma MIT de poucos, mas ótimos espetáculos, além dos importantes eixos reflexivo
e pedagógico, o que reforça a sua importância e a extrema necessidade de sua
continuidade. Que venha a 4ª MITsp em 2017!
Mais
uma vez parabéns Antonio Araújo, Guilherme Marques e equipe.
13/03/2016
Obrigada por sua presença Cetra!!! Que venham outras MITsp!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuerido Cetra, concordo em gênero e grau com suas colocações sobre as peças. Este MIT nos trouxe belos exemplos de teatro. Um pouco cansativo poderíamos dizer mas gratificante, algumas vamos guardar bem na lembrança. Aguardemos pelo 4a. Mostra em 2017.
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