A
comédia grega de Aristófanes (450 A.C.- 385 A.C.) repercutiu na Roma antiga
dois séculos depois nas obras de Plauto (254 A.C.- 184 A.C.) e Terêncio (185 A.C. – 159 A.C.). Muitos séculos depois
Shakespeare em uma de suas primeiras obras foi buscar em Os Menecmos de Plauto inspiração para sua A Comédia dos Erros e se Shakespeare (1564-1616) o fez lá no século
16, por que Atilio Bari (meados do século 20 -?) não pudesse fazê-lo em pleno
século 21?
Com
bastante irreverência e numa linguagem deliciosamente atual e construída em
versos, Bari nos reconta a história dos irmãos gêmeos idênticos de nome Menecmo
que são separados na infância e que voltam a se encontrar após muitas
peripécias e confusões envolvendo a nobreza (eles próprios) e a ralé
(parasitos, escravos, serviçais e cortesãs). Segundo o autor trata-se de uma
viagem por mares gregos e romanos, tocada por ventos de brasilidade, com o que
concordamos plenamente acrescentando que é uma viagem muito divertida. O
espetáculo não vende gato por lebre: foi feito para divertir e o faz com muita
competência.
O
elenco diverte e se diverte com as aventuras dos Menecmos. Caras de Plauto
misturam-se saborosamente com Caras de Pau todas elas adornadas com belas
máscaras (a ficha técnica não indica a autoria das mesmas), com exceção da
personagem da cortesã Erócia, a única a mostrar a sua cara.
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Elegante, o espetáculo se permite um pequeno intervalo onde são
apresentados os modelitos vestidos pelos personagens.
Em
tempos tão difíceis e sombrios é muito bem vinda uma comédia que nos faça rir
por algumas horas. Valeu Atilio Bari!
CARAS
DE PLAUTO está em cartaz no Espaço Parlapatões até 08 de setembro aos sábados
(21h) e aos domingos (20h).
04/08/2019
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