Como
é bom para o espectador e para o próprio teatro quando tudo funciona em um
espetáculo. É difícil assistir a uma montagem onde a soma dos elementos que a
compõem (autoria, direção, interpretação, cenografia, figurinos, visagismo e
trilha sonora) resulte tão harmoniosa como neste Frida Kahlo, Viva la Vida.
Ao
entrar na sala já nos deparamos com o aposento mexicano recheado de adereços
característicos criado por Kleber Montanheiro a partir do projeto de José de
Anchieta, falecido durante os ensaios da peça; a seguir ouve-se a bela canção sobre
a personagem composta por Ricardo Severo,
com participação de Cida Moreira e Rubens Caribé nos vocais.
A
poderosa Christiane Tricerri invade a cena muito bem caracterizada (Emerson
Murad) com figurino exuberante também assinado por Kleber Montanheiro e banhada
pela criativa iluminação de Aline Santini.
E
aí começa a história escrita por Humberto Robles que conta sobre um Dia dos
Mortos na vida de Frida Kahlo (1907-1954), onde ela pretende homenagear vivos e
mortos que passaram por sua vida, dando destaque, é claro, ao seu grande amor e
obsessão Diego Rivera (1886-1957). O texto enfatiza, como o próprio título
revela, as grandes força e alegria de viver de Frida, malgrado todos os seus problemas
físicos e emocionais
Em
bom momento, Cacá Rosset volta aos nossos palcos em espetáculo que leva a
assinatura do Teatro do Ornitorrinco e tendo à frente a presença iluminada de
Christiane Tricerri.
Em
uma direção discreta no melhor dos sentidos, Rosset se vale dos elementos
teatrais citados acima e dá plena liberdade para Tricerri criar a personagem de
Frida e ela o faz de maneira exuberante.
Um
verdadeiro VIVA à vida e ao bom teatro.
Os
deuses do teatro agradecem e nós espectadores, meros mortais, também louvamos
essa conjunção de talentos.
FRIDA
KAHLO, Viva la Vida está em cartaz no SESC Pinheiro só até 14/12 de quarta a
sábado às 20h30.
10/12/2019
Tivemos as mesmas impressões, Cetra. E como é bom ver novamente uma boa direção do Cacá e uma boa interpretação da Chris.
ResponderExcluirMuito obrigado, don José!
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