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segunda-feira, 31 de julho de 2023

PARADOXO HAMLET E A CASA DA RUA POMBAL


No Sumaré, no meio de uma rua mais curvilínea do que a Marilyn Monroe existe essa linda casa. A rua tem nome de Pombal e a casa, eu acho bonito chama-la de A CASA DA RUA POMBAL. Ali funciona o Espaço de Artes Integradas (EAI), um centro cultural que “tem como objetivo fomentar encontros, debates, pesquisas e trocas de experiências no campo das artes e da filosofia proporcionando um solo para a criação”, segundo seu idealizador João Paulo Bienemann.

A maneira acolhedora como João Paulo recebe o público já prenuncia que ali vai se viver bons momentos.

Carpaccio com tomate, creme de queijo salpicado com alho e torradas - que também nos dão as boas-vindas -  podem ser acompanhados por uma taça de vinho chileno vendida a preço bastante razoável.

Até o último domingo (30/07/2023) esteve em cartaz no espaço Paradoxo Hamlet, escrito, dirigido e interpretado por João Paulo e Daniel Warren.

O espetáculo inicia no jardim da casa seguindo depois para um grande salão com uma linda vista das árvores da vizinhança.

Daniel e João demonstram talento e versatilidade ora interpretando os comediantes contratados por Hamlet para interpretarem uma farsa com o intuito de descobrir como o tio Claudio assassinou o seu pai, ora os coveiros também personagens da peça Hamlet e ora atores/comediantes repensando o fazer teatral.

Paradoxo Hamlet é espetáculo excelente que exige uma nova temporada e a Casa da Rua Pombal merece ser visitada!

Em tempo: Haverá mais duas apresentações nos dias 05/08 (21h) e 06/08 (20h)

 

31/07/2023

 

 

segunda-feira, 24 de julho de 2023

MUTAÇÕES

 

Inspirado na simbologia do I Ching, Mutações é um dos espetáculos mais bem sucedidos visualmente que surgiram nos palcos paulistanos nos últimos tempos. Sua beleza visual é deslumbrante e isso se deve em grande parte à cenografia de Simone Mina, ao estonteante desenho de luz de Aline Santini e ao mais que comprovado bom gosto de André Guerreiro Lopes, diretor da montagem.

Mas Mutações vai muito além da beleza visual que a emoldura: o texto de Gabriela Mellão, composto de cenas isoladas, tem beleza poética ímpar e ao mesmo tempo é bastante coloquial chegando suavemente aos ouvidos e aos corações do espectador por meio das primorosas interpretações do trio que compõe o elenco.

As cenas são separadas por inúmeros e inevitáveis blackouts, amenizados pela potente trilha sonora de Federico Puppi que acompanha e comenta quase todo o espetáculo.

É importante assinalar o importante trabalho de contrarregragem realizado por Daniel Souza E Quinho Gonça, responsável pela impressionante (e silenciosa!) troca de cenários durante os blackouts entre cenas.

Uma vez nominados diretor, autora, cenógrafa, iluminadora, compositor da trilha sonora e contra regras, que se cite o formidável elenco!!

Luís Melo - que em boa hora retorna ao palco onde brilhou em inúmeros e importantes espetáculos há mais de uma década – abre Mutações lendo textos, antecipando toda a beleza e a poesia que viria a seguir. Abre-se então a cortina, para dar lugar a todo seu talento.

Andréia Nhur – uma excelente atriz/dançarina que em boa hora ganha maior visibilidade nos palcos paulistanos – divide o palco com Melo e Alex Bartelli, com memoráveis momentos como aquele em que se movimenta junto com duas cadeiras.

E por último, mas não menos importante, a grata surpresa que é a participação de Alex Bartelli, presença cênica e voz poderosas.

A assinatura de André Guerreiro Lopes na concepção e direção artística de Mutações só reforça o talento e o apuro visual já demonstrados em tantos outros espetáculos como Ilhada em Mim (2014), Tchekhov É Um Cogumelo (2017) e Insônia – Titus MacBeth (2019), realizados pelo Estúdio Lusco Fusco.

Mutações está à espera da sensibilidade dos espectadores no Teatro Anchieta até 20/08/2023 com sessões às sextas e sábados às 20h e aos domingos às 18h.

ABSOLUTAMENTE IMPERDÍVEL!

24/07/2023

 

 

sábado, 22 de julho de 2023

FIT 2023- Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto

 

Tudo indicava que o espaço que abriga o anfiteatro da Represa Municipal de Rio Preto era imenso demais para abrigar o belo, poético e bastante intimista sarau musical De Tempo Somos do Grupo Galpão, mas a grandeza e a experiência desse querido e afamado grupo mineiro, segundo amigos que estiveram presentes, contornou o problema, encantando os 5000 espectadores que lá estiveram na abertura desse tradicional festival da cidade riopretense.

A abertura do festival, que já é um respeitável senhor de 54 anos, foi na última quinta-feira, dia 20 de julho e o evento continua até o dia 29 apresentando espetáculos nacionais e internacionais.

Entre os espetáculos nacionais para adultos vindos da capital paulista há espetáculos consagrados pelo público e pela crítica que têm em comum títulos imensos: Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto, Brenda Lee e o Palácio das Princesas, Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, Desfazenda - Me Enterrem Fora Desse Lugar, Foi Enquanto Eu Esperava a Encomenda de Um Livro de Maiakovski Que Tive Uma Epifania Sobre A Revolução, O Que Nos Mantém Vivos.

Espetáculos de Salvador, Manaus, Rio Preto, João Pessoa, Fortaleza e Rio de Janeiro completam a seleção nacional para adultos.

Os três espetáculos internacionais vêm de Portugal, Argentina e Reino Unido todos aparentando ser encenações de estética contemporânea.

Montagens para crianças e jovens e espetáculos realizados em ruas e praças completam a programação.

Há ainda a importante realização de ações formativas que segundo a organização do festival: “As ações formativas permitem ao público, participantes e à classe artística local ampliar a discussão proposta pelos espetáculos em um contato mais direto com os artistas da programação. Ao todo, serão realizadas 13 atividades, entre encontros, rodas de conversas, workshops, vivências e lançamentos editoriais”.


VIVA RIO PRETO e seu importante FESTIVAL DE TEATRO!

 

O TEATRO NOS UNE

O TEATRO NOS TORNA FORTES

VIVA O TEATRO!

 

22/07/2023

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

ESCOMBROS

 

Foto de Ronaldo Gutierrez

Atividades diversas (avaliações PROAC, Festival de Teatro de Cubatão, Premiação APCA) e uma pequena cirurgia me afastaram por uns 20 dias dos palcos paulistanos criando algumas lacunas no meu currículo de espectador apaixonado em função de temporadas relâmpagos ocorridas nesse período.

Por pouco não perco este que, com certeza, é um dos melhores espetáculos do ano, e que teve temporada de apenas três semanas no Espaço Cênico do SESC Pompeia. Fui um dos privilegiados entre os pouco mais de 500 espectadores que conseguiram os disputadíssimos 48 lugares do local. Assisti em sua penúltima apresentação.

Escombros se passa nos cômodos pobres, sujos e provavelmente mal cheirosos (excelente arquitetura cênica de Eric Lenate) onde convivem muito mal dois irmãos perturbados emocionalmente, frutos de família disfuncional e vítimas de assédio e violência moral e física. Para justificar os seus traumas inventam ou imaginam histórias sobre a morte do pai e da mãe. São eles Michael e Michelle, interpretados visceralmente por Iuri Saraiva e Isabella Lemos sob a direção precisa de Clara Carvalho.

O texto do dramaturgo britânico Dennis Kelly (1970-) é uma faca enfiada nas emoções do espectador. Os solos narrados pelas duas personagens são violentos, escatológicos e paradoxalmente muito poéticos e às vezes até engraçados, assim como as cenas em que interagem sempre de forma agressiva e violenta.

Trata-se daquelas encenações onde tudo funciona. O cenário já citado de Lenate é iluminado por Nicolas Curatori; André Grynwask e Pri Argoud são responsáveis pela direção de vídeo com as imagens projetadas na televisão presente no ambiente e a poderosa trilha sonora é composta por Ricardo Severo. Destaque especial para os figurinos de Marichilene Artisevkis e a maquiagem também assinada por ela, que consegue o milagre de deixar a bela Isabella Lemos muito feia e até meio asquerosa.

As interpretações de Isabella e Iuri atingem pico de excelência e o solo inicial de Iuri narrando o suicídio do pai por crucificação já pode ser considerado como um dos momentos antológicos do nosso teatro.

Clara Carvalho mais uma vez demonstra seu completo domínio do fazer teatral dirigindo o espetáculo com mão ao mesmo tempo firme e delicada, aliás sua marca registrada tanto como diretora ou atriz.

Urge que espetáculo do calibre de Escombros tenha novas temporadas!!

21/07/2023

terça-feira, 18 de julho de 2023

FESTA DE PREMIAÇÃO APCA 2022

 

Foi bonita a festa da APCA que entregou o prêmio relativo a 2022 para dez categorias artísticas.

Realizada na noite de 17 de julho de 2023 no Teatro Sérgio Cardoso, a cerimônia foi apresentada por Cleide Queiroz e Walter Breda, com roteiro meu e direção de Elias Andreato.

Foram entregues os prêmios de arquitetura, artes visuais, cinema, dança e literatura.

Seguiu-se uma homenagem ao querido Zé Celso com Ná Ozzetti e Mário Manga interpretando a belíssima canção Primavera, composta por José Miguel Wisnik para a peça Hamlet na reabertura do Teatro Oficina em 1993. Ná emocionou a plateia ao repetir inúmeras vezes o refrão que termina com “a primavera é quando ninguém acredita e ressuscita por amor”

Relembrando Rita Lee e João Donato a premiação continuou com as categorias música popular, rádio, teatro, teatro infanto-juvenil e televisão estendendo-se até pouco depois das 23h30.

Seguem algumas fotos de premiados nas categorias de teatro.
















                  18/07/2023






























 

segunda-feira, 10 de julho de 2023

FEST KAOS IV

O Festival de Teatro do Kaos realizado pelo Grupo Kaos da cidade de Cubatão encerrou neste domingo 09 de julho de 2023 com uma gostosa apresentação do espetáculo Dom Quixote que é direcionado ao público juvenil, mas que agrada e emociona qualquer idade.

        Dirigida com bastante sensibilidade por Fabiano di Melo, a peça mostra Miguel de Cervantes envelhecido e acamado vivenciando o sonho de ser Dom Quixote, o cavaleiro da triste figura. Um quarteto de jovens atrizes e atores interpretam com muito vigor Miguel/Quixote (Luiz Guilherme), neta de Miguel/Sancho Pança (Mariana Nunes), estalajadeira Aldonza/Dulcineia (Jade Oliver) e estalajadeiro (Rafael Almeida), acompanhados musicalmente por Marcozzi.

        A versátil cenografia assinada pelo diretor dá conta, com pequenas mudanças nos painéis, dos aposentos de Miguel, dos campos percorridos por Dom Quixote e seu escudeiro e da estalagem/castelo onde ele se apaixona pela sua imaginada Dulcineia.

        Destaque para alguns momentos do espetáculo como aquele em que Quixote e Sancho cavalgam pelos campos (belo trabalho corporal de Luiz e Mariana) e outro muito divertido no qual Aldonza estranha e rejeita os galanteios de Quixote.

        Os fervorosos aplausos finais são demonstrativos de que a montagem atinge plenamente o público a que se destina.

        Em seguida, Lourimar Vieira comandou a cerimônia de premiação do Festival, onde o grande vencedor foi Como se Fosse do Grupo Matula Teatro de Campinas. Além do prêmio de melhor espetáculo, a peça recebeu os prêmios de cenografia, iluminação, trilha sonora, direção, dramaturgia e atrizes.

          WWW Para Freedom recebeu um prêmio especial, além de melhor figurino.

        Foram premiados também os espetáculos Travessia e O Sonho de Um Homem Ridículo.

        Felipe Oládélé recebeu o prêmio de melhor ator (Travessia) e Alexia Twister o de melhor maquiagem (Inhaí, Coisa de Viado).

        Abaixo uma foto/homenagem ao incansável grupo responsável pelo Kaos: Alana, Rafael, Lourimar, Mariana, Fabiano e Levi (faltou o Luiz que estava fotografando).


        10/07/2023

       

 

 


sábado, 8 de julho de 2023

FEST KAOS III

 

UMA NOITE SUBLIME EM CUBATÃO

Na noite de ontem (07/07/2023) foi a vez do Grupo Matula Teatro de Campinas se apresentar com o espetáculo Como Se Fosse, cuja dramaturgia assinada pelo grupo,  foi escrita a partir da peça Como Si Fuera Esta Noche (2002) de autoria da dramaturga andaluza Gracia Morales (1973-). Note-se que o título original explicita a transitoriedade do tempo presente na obra.

Mãe e filha agem e interagem em tempos diferentes revelando uma trama que evidencia a violência sofrida por mulheres em casa, no trabalho e nas ruas.

Na bela cena dos varais as atrizes incluem dados de uma pesquisa brasileira sobre o número de mulheres que sofrem violência, na maioria das vezes pelas mãos do próprio companheiro.

O espetáculo de Verônica Fabrini é exemplar ao harmonizar texto (Matula), cenografia, adereços e iluminação (Eduardo Albergaria), trilha sonora (Dudu Ferraz), figurinos (Anna Kühl), tudo isso coroado pelas soberbas interpretações das atrizes Alice Possani e Erika Cunha que se revezam nos papeis da mãe e da filha.

Alice Possani

Erika Cunha

A delicadeza que irá permear todo o espetáculo, apesar do tema tratado, já se evidencia na bela cena inicial onde a mãe, desta vez a cargo de Erika Cunha, dança e cantarola uma suave versão gravada de Besame Mucho.

Em seguida a filha adulta (Alice Possani), e já com a mãe morta, entra em cena e por meio do celular discute com Raul, que parece ser o seu companheiro; simultaneamente, do outro lado do espaço cênico, a mãe fala ao telefone fixo com uma freguesa de costuras. Por meio desse jogo com os telefones se estabelece para o espectador a transitoriedade do tempo que irá permear toda a obra.

A troca de papeis acontece logo depois e a química entre as duas atrizes é tão poderosa que o que se vê em cena é semelhante a uma partitura musical, onde notas musicais se juntam para resultar numa magnífica sinfonia.

Como Se Fosse, em sua simplicidade aparente, é espetáculo complexo e belo, fazendo uma contundente denúncia contra a violência.

Após a apresentação e com base nos relatos dos jovens espectadores presentes, Erika Cunha falou sobre a Lei Maria da Penha e de maneira contundente apelou para que as pessoas se unam contra qualquer tipo de violência neste Brasil de 2023, tão diferente e ao mesmo tempo tão parecido, com a Espanha de 2002 retratada por Gracia Morales.

Viva o Teatro que nos permite refletir sobre os problemas que afligem os humanos! 

08/07/2023

 

quarta-feira, 5 de julho de 2023

FEST KAOS II

 

 

NOITE DE FESTA EM CUBATÃO

A quinta noite do 8º FEST KAOS foi marcada pela presença brilhante de Esio Magalhães com seu espetáculo www Para Freedom. Eu havia assistido a esse libelo contra as guerras e a violência em 2014 e toda emoção sentida naquela ocasião se renovou nessa apresentação nove anos depois. Por isso é oportuno republicar trechos da matéria publicada naquela ocasião:

“O Teatro e seu poder de nos surpreender! Eu conhecia de nome o trabalho do grupo Barracão Teatro de Campinas, mas nunca havia assistido aos seus trabalhos. Nesta semana tive a oportunidade de assistir a dois deles no CIT Ecum e fiquei totalmente boquiaberto com Esio Magalhães.

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WWW Para Freedom. Neste solo Esio Magalhães mostra que é um palhaço de mão cheia, aquele com muita humanidade que leva o público das gargalhadas às lágrimas em questão de segundos. Ele nos leva a guerras onde os aviões são de papel e as bombas de chocolate, mas mesmo assim nos faz sentir os horrores e a inutilidade das mesmas.... a peça dá margem a uma demonstração do virtuosismo clownesco do ator-palhaço. Ele faz malabarismos, come uma vela e interage de uma maneira espontânea e simpática com o público que vai para onde ele quer.”

Um espetáculo que desde sua concepção em 2002 vem se renovando e mantendo o frescor e o poder de denúncia intactos.

Como de costume houve roda de conversa ao final do espetáculo mediado pela linda Mariana Nunes, a qual fotografei da cabeça aos pés!!


 

05/07/2023

 

 

 

terça-feira, 4 de julho de 2023

FEST KAOS I

 

CONSELHO DE CLASSE/TRAVESSIA/PAI DE MIM

O 8º FEST KAOS, Festival Teatro Kaos, realizado na cidade de Cubatão iniciou no dia 30 de junho e vai até o dia 09 de julho. Neste ano faço parte junto com Alexandre Mate e Eliel Ferreira da comissão julgadora da mostra competitiva que envolve oito espetáculos teatrais vindos de vários estados do país.

Na primeira noite foi apresentado Conselho de Classe do Grupo Teatro de Busto do Rio de Janeiro, um grupo de jovens realizando uma nova montagem do texto de Jô Bilac que tem como tema o crítico sistema educacional brasileiro. As professoras da peça são representadas por atores de forma caricatural, no entanto cabe destacar a bela composição da professora Paloma realizada por Gustavo Kaz.

O grande impacto surgiu na segunda noite com a apresentação de Travessia da Companhia Negra de Teatro em colaboração com a Caboclas Produções, impacto este comparável com aquele provocado em 2022 por Macacos com Clayton Nascimento.

O solo criado, dirigido e interpretado por Felipe Oládélé inicia com o ator acolhendo o público de forma simpática e espontânea perguntando o nome de cada espectador/a e lhe oferecendo uma balinha. A seguir, como bom mineiro ele oferece café, pão de queijo e uma saborosa cachaça para o público. A interação está feita e estamos todos abertos para ver e ouvir o que virá em seguida.

Felipe Oládélé

O espetáculo em si, dividido em três partes, narra na primeira a relação tortuosa de um pai, uma mãe e uma criança seguida de pulsante cena de expressão corporal que representou para este espectador toda a saga dos negros arrancados de sua África natal e transportados em navios negreiros para o Brasil. Na segunda parte Felipe faz um belo solo de saxofone acompanhado pelo percursionista Fernando Alabé e na última parte explode uma denúncia sobre a situação dos pretos e o preconceito racial no Brasil.

Em cada uma das partes Felipe Oládélé revela talento surpreendente que vem se somar àquele de tantos artistas jovens pretos surgidos em nossos palcos.

Super lua presente antes do espetáculo "Pai de Mim"

Abertura do espetáculo "Pai de Mim"

Na terceira apresentação competitiva foi apresentada a peça Pai de Mim – Presença de Uma Ausência, escrita em processo colaborativo assinado por Paloma Franca Amorim e dirigida por Cuca Bolaffi. Três atores apresentam em uma sucessão de cenas a questão da paternidade, seja pela presença (muitas vezes autoritária) seja pela ausência da figura paterna.

Louve-se a curadoria do Festival, assinada por Douglas Lima que tem primado pela qualidade e pela diversidade dos temas apresentados pelos espetáculos. Já se tratou de educação, de racismo e de paternidade e ainda temos cinco trabalhos pela frente,

Após cada espetáculo é realizado debate mediado por Mariana Nunes, com apartes do grupo que apresentou a peça, dos integrantes da comissão julgadora e dos jovens espectadores que revelam impressionante lucidez e surpreendente nível de apreensão.

Agradeço a Lourimar Vieira pela oportunidade de mais uma vez estar acompanhando esse festival tão importante não só para Cubatão, mas para todo teatro paulista. 

04/07/2023