Uma atriz
diagnosticada com uma grave doença se conscientiza de sua finitude e escreve um
texto celebrando o teatro e a vida. Simples assim.
Essa era Jandira
Martini (1945-2024).
Ela mesma fez a
adaptação teatral do texto e iria interpretá-lo caso não tivesse acontecido a
pandemia e, posteriormente, o agravamento de seu estado de saúde. Após a sua
morte a encenação ficou suspensa até que seus filhos quiseram ver a peça em
cena e assim o público tem a chance de assistir a esse tocante texto que é
também uma homenagem a essa grande atriz.
Marcos Caruso,
parceiro profissional de Jandira, é o diretor da montagem e Isabel Teixeira foi
escolhida para interpretar Jandira.
A interpretação
visceral e apaixonada de Isabel vem somar-se a outras, em um ano repleto de
trabalhos de grandes atrizes. Os jurados de prêmios vão ter dificuldade de
escolher a melhor, pois todas são as melhores.
De maneira
descontraída Isabel invade a arena do teatro e dialogando com a dinâmica
iluminação de Beto Bruel e Sarah Salgado vai contando a história com pleno
domínio do espaço, dirigindo-se a todas as direções onde todo o público
sente-se contemplado.
O texto de Jandira é
de alguém que conhece os segredos do palco e a atriz, que também domina esses
segredos, realiza um surpreendente trabalho em cena, fazendo o público rir e
chorar na medida certa.
Jandira, Caruso e Isabel
formam o trio perfeito para contar essa tocante história.
O belo programa
impresso contém matérias significativas de e sobre Jandira Martini.
Uma breve troca de ideias com Isabel Teixeira e o encontro com a grande pequenina Maria Adelaide Amaral fecharam a noite com chave de ouro.
JANDIRA está em
cartaz no Tucarena às sextas (21h), aos sábados (19h) e aos domingos (17h).
27/10/2024