A abertura do 23º Festival de Teatro de Curitiba aconteceu
no dia 25 de março de 2014 no imenso pavilhão Expo Renault Barigui. Com uma
simpática e bem vinda informalidade o diretor do evento Leandro Knopfholz fez
um rápido discurso seguido daqueles menos informais das autoridades e dos patrocinadores.
A boa notícia veio de um representante da prefeitura local que informou sobre a
ação Casa Cheia que oferece um
desconto de R$ 10,00 para os ingressos de peças produzidas em Curitiba. Bertolt
Brecht tornou-se involuntário garoto propaganda de renomada multinacional,
segundo o representante da mesma. E finalmente cabe lembrar o discurso-performance
do presidente da Funarte, Guti Fraga.
A peça de abertura apresentada no mesmo local foi El Hombre Venido de Ninguna Parte do
grupo chileno La Gran Reyneta. Concebida originalmente para ser apresentada na
rua, a encenação perde parte de sua espontaneidade ao ser adaptada para um
local fechado. Segundo o ator Claudio Lopes o grupo se inspira nos trabalhos de
Jean Luc Courcoult, diretor francês que trabalhou
com o grupo durante um período e montou o inesquecível Roman Photo ( a que tive
o privilégio de assistir no Festival de Rio Preto em 2005). A peça não tem
palavras e tem enormes aparatos técnicos e humanos para movimentar uma nave que
vira barco, uma mão gigantesca que persegue o herói, tablados que podem ser um
cemitério ou uma ilha paradisíaca, efeitos de explosão, de bombas. Tecnologia
pesada para embalar uma narrativa muito simples e até simplória. Os
atores-contrarregras têm poucas cenas ficando o destaque para Claudio Lopes que
interpreta o papel título. Uma melhor avaliação da montagem poderia ser feita
ao assisti-la na rua, o que pode ser conferido nos dias 26 e 27 às 19h30 na
Praça Santos Andrade.
Fechando a noite festiva foi oferecido um coquetel para o
grande público presente.
Em tempo: UM OUTRO OLHAR.
Na noite do dia 26 quando
me encaminhava para o Teatro Guairinha me deparei com El Hombre Venido de
Ninguna Parte agora em seu habitat original, ou seja, na rua. É outro
espetáculo e muito melhor!! A adesão dos passantes é enorme e a participação do
público torcendo, rindo, se emocionando e sofrendo por ter que deixar o local
para não perder o ônibus para a periferia revela a verdadeira missão do
espetáculo. Continuo fazendo ressalvas à dramaturgia, mas isso é coisa de
espectador chato metido a crítico, pois o espetáculo atinge em cheio o público
a que se destina.
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