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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MANUAL DA DESTRUIÇÃO


 
        Hoje abro uma exceção no blog para escrever sobre um livro e não sobre um espetáculo de teatro. O assunto está, de alguma maneira, relacionado, pois quem o escreve é Alexandre Dal Farra, dramaturgo e autor das peças Mateus, 10 e Abnegação.
 
 
        Trata-se do romance MANUAL DA DESTRUIÇÃO que é lido numa tacada só e é dono de poder de visualização impressionante.
        Para tecer meu comentário vou tentar usar o mesmo estilo do autor:
 
        O anti-herói escroto filha da puta é um revoltado com tudo e com todos que estão em sua volta. xinga e maldiz a todos. nenhuma das personagens que passa por ele durante sua jornada escrota aos infernos tem nome. todos e todas são putas escrotas, velhos filhos da puta,  vacas ressentidas, flautista filho de uma puta escrota e velha, mendigo de bosta estropiado pra caralho e assim por diante. nem os animais nem a avó filha da puta escapam das malhas do anti-herói do caralho. em 188 páginas escritas deve haver cerca de 3000 palavrões e o que poderia parecer excesso é perfeitamente cabível em função do universo de bosta desse anti herói heterossexual revoltado. os únicos nomes próprios que aparecem no livro são os de tancredo neves, cameron diaz, chico buarque e fernanda montenegro, assim mesmo, grafados em letras minúsculas; o autor obstinado pra caralho não teclou uma vez sequer as maiúsculas para escrever o seu romance  dividido em duas partes: na primeira o recalcado da porra circula pela cidade escrota em que vive, maldizendo a tudo e a todos e culmina sofrendo um puta acidente do caralho com a merda do seu ford ka. a segunda parte se passa no saguão do aeroporto onde o filho da puta vai tomar um avião do caralho para belém do pará. ali ele comenta sobre os filhos da puta que passam e dá asas à sua imaginação relembrando fatos de sua vida de merda. ao final é surrado por seu vizinho de poltrona e no epílogo é acordado pela aeromoça: “foi tudo um sonho, acordei?”, “cheguei em belém do pará?” puta livro bom do caralho! sai da porra do seu berço esplêndido de merda e corre na porra da livraria para comprar a porra do livro bom pra cacete. você não vai se arrepender.

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