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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O HOMEM QUE QUERIA SER LIVRO



       Há muita delicadeza e bons sentimentos no espetáculo idealizado e interpretado por Darson Ribeiro que acaba de estrear na Livraria da Vila da Alameda Lorena. Com esse tema nada mais apropriado do que estrear em uma livraria. Pena o espaço não oferecer muitas condições para a plena fruição do espetáculo (calor, má visibilidade e poucos recursos de iluminação).
       Grande admirador e leitor voraz de livros, o ator sofreu bastante com a morte de sua mãe e com esses elementos solicitou a Flavio de Souza que escrevesse um monólogo para interpretar.
       Flavio de Souza é exímio "lidador" com as palavras, além de muito criativo, e o resultado é obra de alta carga poética que, apesar de triste ao falar de morte e solidão, nos permite aqui e acolá, um terno sorriso nos lábios.
       Só em cena, Darson desfila a trajetória daquele homem que busca respostas para seus dramas nas personagens dos livros que lê, mas acaba as encontrando em si mesmo. Essa primeira incursão em espetáculo solo rende boa marca em sua carreira.
       Especialista em peças de Beckett, Rubens Rusche encontra neste texto bom material para continuar suas pesquisas cênicas em trabalhos que falam do vazio da existência. Pontua o espetáculo com bela trilha sonora que vai desde Vangelis até uma comovente “Coração de Luto” interpretada à capela por Ney Matogrosso.

       O HOMEM QUE QUERIA SER LIVRO está em cartaz na Livraria da Vila da Alameda Lorena às sextas e sábados às 20h até 03/03.

13/01/2018


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