Há
muita delicadeza e bons sentimentos no espetáculo idealizado e interpretado por
Darson Ribeiro que acaba de estrear na Livraria da Vila da Alameda Lorena. Com
esse tema nada mais apropriado do que estrear em uma livraria. Pena o espaço
não oferecer muitas condições para a plena fruição do espetáculo (calor, má
visibilidade e poucos recursos de iluminação).
Grande
admirador e leitor voraz de livros, o ator sofreu bastante com a morte de sua mãe
e com esses elementos solicitou a Flavio de Souza que escrevesse um monólogo
para interpretar.
Flavio
de Souza é exímio "lidador" com as palavras, além de muito criativo, e o
resultado é obra de alta carga poética que, apesar de triste ao falar de morte
e solidão, nos permite aqui e acolá, um terno sorriso nos lábios.
Só
em cena, Darson desfila a trajetória daquele homem que busca respostas para
seus dramas nas personagens dos livros que lê, mas acaba as encontrando em si
mesmo. Essa primeira incursão em espetáculo solo rende boa marca em sua
carreira.
Especialista
em peças de Beckett, Rubens Rusche encontra neste texto bom material para
continuar suas pesquisas cênicas em trabalhos que falam do vazio da existência.
Pontua o espetáculo com bela trilha sonora que vai desde Vangelis até uma
comovente “Coração de Luto” interpretada à capela por Ney Matogrosso.
O
HOMEM QUE QUERIA SER LIVRO está em cartaz na Livraria da Vila da Alameda Lorena
às sextas e sábados às 20h até 03/03.
13/01/2018
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