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sábado, 26 de agosto de 2023

NUNCA VI UMA GAIVOTA

 

É bonito e estimulante para um velho espectador, ver dois jovens intérpretes empenhados em fazer bom teatro. Carolina Marafiga e Leonardo Silva estão à frente do belo Nunca Vi Uma Gaivota em cartaz na SP Escola de Teatro. Ela como autora e atriz e ele como produtor executivo e ator.

O texto é um exercício de metateatro onde uma atriz e um ator estão ensaiando A Gaivota de Anton Tchekhov. A trama da peça russa dialoga com a realidade dos intérpretes que envolve aspirações artísticas e amores não correspondidos. Em uma como na outra ele está apaixonado por ela, mas ela se envolve com alguém mais velho que também parece lhe dar chance de ascender artisticamente. Ao final essas aspirações resultarão em frustrações e tragédias.

Como autora, Carolina Marafiga soube mesclar de maneira harmoniosa trechos do original de Tchekhov com seu texto que trata do dia a dia de artistas brasileiros em pleno 2023 com suas aspirações, problemas e limitações financeiras.

Flavia Pucci - grande atriz sempre lembrada pela sua interpretação de Zulmira em A Falecida dentro do memorável Paraíso Zona Norte (1989) de Antunes Filho – empresta sua valiosa experiência para traduzir cenicamente o texto de Carolina, focando seu trabalho na direção dos atores e valendo-se da iluminação de Beto Martins, dos poucos, mas sugestivos, adereços como lençóis  e uma moldura de espelho de camarim e finalmente da belíssima trilha sonora composta por Tiago Damiani que embala o espectador antes do espetáculo começar e também comenta a ação das personagens durante a peça. Cabe notar também a inclusão de uma versão orquestral da belíssima Alfonsina Y el Mar de Ariel Ramirez e Feliz Luna, imortalizada na voz de Mercedes Sosa em momento solene da peça onde ele e ela vão se separar.

A pouca iluminação, o falar em tom mais baixo e a própria trama fazem o espetáculo perder parte do ritmo quando a ação se desloca para o ano 2025, onde o baixo astral das personagens é dominante.

E por último, mas não menos importante: os intérpretes! Carolina e Leonardo entregam-se com paixão a seus personagens. Além da atriz, Carolina compõe Arkádina e Nina da peça de Tchekhov e Leonardo vive intensamente o ator e Kostia.

O que falta em recursos de produção, sobra no talento e na garra com que o espetáculo é realizado.

Uma gratíssima surpresa! 

Fotos de Nicolle Comis

NUNCA VI UMA GAIVOTA está em cartaz na SP Escola de Teatro até 09/09/2023 às sextas e aos sábados às 20h30.

26/08/2023

domingo, 20 de agosto de 2023

A FALECIDA

 


 

“Eu sou a morta que pode ser despida...

Vizinhas, me dispam...”

(Zulmira)

É muito privilégio para o espectador paulistano ter à disposição simultaneamente em seus palcos, dois baluartes da obra de Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva no CCBB com direção de Ione de Medeiros e A Falecida no SESC Santo Amaro com direção de Sergio Módena. Assisti às duas montagens no último fim de semana e assistir a obras de Nelson Rodrigues bem montadas é um prazer sempre renovado.

A Falecida é a primeira das tragédias cariocas escrita pelo dramaturgo e estreada no Rio de Janeiro exatos dez anos após a estreia de Vestido de Noiva em 1943. O frescor do texto permanece intacto depois de 70 anos, algo típico de uma obra clássica.

A saga de Zulmira - uma moça, assim, assim - suburbana, desinteressante, mal casada com Tuninho, também desinteressante, e com uma única paixão na vida que é ser torcedor do Vasco, poderia resultar em uma peça igualmente desinteressante, no entanto pelas mãos de Nelson, tornou-se umas das obras mais importantes da dramaturgia brasileira com sequencias e frases absolutamente instigantes e tão características do dramaturgo.

Sem tirar seu brilho, nem sua originalidade, a concepção de Sergio Modena parece render homenagem àquela de Antunes Filho que fez parte do antológico Paraíso Zona Norte (1989), no que tange à movimentação expressionista do elenco e a certas cenas como aquela, antológica, em que Zulmira está na funerária e toma contato com o caixão de luxo que embalou Nanci, a filha do bicheiro Anacleto.

Contando com a cenografia de André Cortez lindamente iluminada por Renato Machado (até a enigmática Glorinha tem uma luz própria!), Módena nos conta a história de Zulmira de maneira envolvente, sabendo tirar partido das situações tragicômicas que o texto apresenta. Para tanto conta com excelente elenco onde todos os personagens, inclusive os secundários, têm seu momento de glória.

A Casa Funerária São Geraldo é muito bem representada por Alan Ribeiro, Thiago Marinho e Gustavo Wabner que interpreta com muita garra Timbira, o chefe da Casa, inseguro e frustrado em relação às mulheres.

Alcemar Vieira aparece na pele do cafajeste Pimentel e brilha em sua entrada em cena.

Seja como Madame Crisálida, seja como membro da igreja teofilista, ou ainda como a mãe de Zulmira, Stella Freitas ilumina o palco cada vez que aparece com seu imenso talento e sua poderosa voz.

Camila Morgado imprime verdade na interpretação de Zulmira, mostrando desde seu lado frustrado e desinteressante, como seu lado sensual quando se vê na presença de um homem que não seja seu marido, aquele que lava as mãos depois do ato sexual e que toma sorvete enquanto ela se diverte com Pimentel no banheiro da sorveteria.

Thelmo Fernandes tem tipo físico (ele até lembra o Luis Melo!) e imenso talento para o papel de Tuninho e junto com Camila Morgado é responsável por momentos marcantes dessa emblemática peça de Nelson Rodrigues, para mim uma das grandes obras primas da dramaturgia brasileira.

Fotos de Victor Hugo Cecatto

A FALECIDA está em cartaz no SESC Santo Amaro de 18/08/2023 a 01/10/2023 às sextas às 21h, aos sábados às 20h e aos domingos às 18h.

NÃO DEIXE DE VER! 

20/08/2023

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

VESTIDO DE NOIVA

 

 

“Seria bom que cada pessoa morta pudesse ver as suas próprias feições!

Eu fiquei muito feia? Eu queria tanto me ver morta!”

                        (Madame Clessi)

E mais uma vez Ione de Medeiros e o Grupo Oficcina Multimédia de Minas Gerais dão um banho de criatividade e talento nos palcos paulistanos. Em 2019 foi com Boca de Ouro e agora, mais uma vez com Nelson Rodrigues, é a vez de Vestido de Noiva.

Aos 80 anos de idade, Vestido de Noiva continua tão surpreendente e instigante como quando foi criada.

A encenadora se vale da multiplicação de atores para a mesma personagem: são duas Alaídes, dois Pedros e três mulheres de véu que surgem no palco para contar a trama imaginada por Nelson Rodrigues.

Os poucos objetos de cena limitam-se a mesas e cadeiras que exercem várias funções durante a representação.

Um excelente e sofisticado recurso audiovisual, em parte realizado domesticamente durante a pandemia, conduz a ação que também é comentada por um narrador que reproduz boa parte das rubricas do texto e facilita a compreensão dos três planos (alucinação, memória e realidade) em que a história se desenrola.

Uma dinâmica movimentação cênica do elenco também é um dos pontos altos do espetáculo, haja vista a incrível cena do atropelamento que é repetida várias vezes durante a apresentação.  

Camila Felix e Priscila Natany representam Alaíde com muita desenvoltura e em perfeita sincronia de movimentos, sendo que Camila torna-se a irmã Lucia na final da peça.

Henrique Torres Mourão (na maior parte da trama) e Júnio de Carvalho encarregam-se da personagem de Pedro, marido de Alaíde.

A mulher de véu surge nas peles de Henrique, Júnio e Jonnatha Horta Fortes. Este último, que já foi uma poderosa Dona Guigui em Boca de Ouro, volta com uma ótima composição da enigmática e debochada Madame Clessi, uma das personagens mais emblemáticas do universo rodrigueano.

A mãe e o pai de Alaíde são representados por Júnio de Carvalho e Victor Velloso, respectivamente.

O elenco presencial e aquele que aparece nos vídeos revezam-se nos papeis de repórteres, de médicos, de presentes no velório e no casamento e do narrador.

A guerreira Ione de Medeiros assina, além da direção, a concepção cenográfica e divide a autoria da trilha sonora com Francisco Cesar e a concepção e edição de vídeo com Henrique Torres Mourão.


Quanto à cenografia cabe notar que Ione fez uma das melhores ocupações já vistas no pequeno e limitado palco do CCBB.

Vestido de Noiva é um espetáculo visualmente muito bonito e perfeito na tradução cênica do texto de Nelson Rodrigues, mesmo sem explicitar cenograficamente os três planos criados pelo dramaturgo.

Viva o teatro que tem o dom (único, por sinal, entre todas as artes) de somar a criatividade dos fazedores com a imaginação dos espectadores, dando como resultado um espetáculo do quilate deste Vestido de Noiva.

VESTIDO DE NOIVA está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil de 18/08 a 24/09 às quintas e sextas às 19h e aos sábados e domingos às 17h.

NÃO DEIXE DE VER! 

18/08/2023

 

  

 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O NOME DO BEBÊ

 

Foto de Ronaldo Gutierrez

Um pouquinho de história não faz mal a ninguém.

Em 2010 estreou em Paris a peça Le Prénom de autoria de Matthieu Delaporte e Alexandre de la Patellière.

Em 2012 foi realizado o filme dirigido pelos próprios autores, com o mesmo nome e com praticamente o mesmo elenco (só se trocou o ator que interpretava o papel de Pierre)


Com o título brasileiro de Qual o Nome do Bebê? o filme estreou em São Paulo em 2013. Fiquei absolutamente entusiasmado com a trama que mostra uma reunião familiar que começa suavemente e alguns fatos surgidos fazem com que se inicie uma ferrenha discussão onde se lava muita roupa suja e muitas verdades vêm à tona. O fato gerador no caso, era o nome (Adolf) que um dos parentes iria dar ao bebê que vai nascer. Algo no estilo de Deus da Carnificina de Yasmina Reza e da matriz absoluta para esse tipo de trama que é Quem Tem Medo de Virginia Woolf? de Edward Albee, mas tratado de forma bastante original e divertida...se não fosse trágica!

                No mesmo ano adquiri o DVD e revi o filme várias vezes pensando seriamente em trazer a peça para os palcos paulistanos.

        Encomendei o texto na livraria Aliança Francesa e quando ele chegou ousei usar o meu parco francês para fazer a versão brasileira, mas traduzir uma peça teatral não é coisa para amadores! Após desistir, pensei em conversar com a Clara Carvalho para ver a possibilidade de ela fazer a tradução.

        O tempo passou e acabei esquecendo do assunto.

        No início de 2023 assisti ao filme italiano de 2015 intitulado O Nome do Filho (Il Nome del Figlio) dirigido por Francesca Archibugi, também baseado na peça, com o nome do bebê trocado de Adolf para Benito e a chama de montar a peça voltou a se acender.

        Pensei: se na França o nome do bebê seria Adolf e na Itália, Benito; qual poderia ser o nome do bebê na versão brasileira que geraria tanta confusão? Getúlio, Humberto, Artur, Emílio, Ernesto, João, Jair Messias??

        Um mês depois encontrei a querida Clara Carvalho nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade e perguntei a ela se poderia fazer a versão brasileira da peça.

        - Mas eu já fiz! respondeu Clara surpresa e completou E a produção do Cesar Baccan já está em andamento.

        E assim terminou meu sonho de um dia produzir uma peça de teatro e chegou o dia de assistir à montagem dirigida por Elias Andreato. Qual será o nome do bebê brasileiro?

        A montagem paulista

Foto de Ronaldo Gutierrez

         Em primeiro lugar, creio que foi bem acertada a decisão de não abrasileirar o nome do bebê, pois além de provocar polêmicas desnecessárias a peça perderia em sutileza; afinal a revolução familiar e a intolerância entre as pessoas provocada pelo nome do bebê achariam outra razão para explodir, pois ela estava latente em cada uma das pessoas daquela família.

        Diga-se que a versão brasileira de Clara Carvalho é muito fiel ao texto francês.

        De posse dessa dramaturgia exemplar cheia de reviravoltas surpreendentes, Elias Andreato realiza talvez sua direção mais bem sucedida conduzindo a trama com mão firme e de maneira bastante ágil, sem nenhum ponto morto; para tanto necessitava de elenco talentoso e com boa química... e talento e química é que não falta a Bianca Bin, Cesar Baccan, Eduardo Pelizzari, Lilian Regina e Marcelo Ullmann, todos ótimos e extremamente à vontade em cena, com bom tempo tanto de tensão como de comédia.

        Atrás de seu rótulo de comédia (e ri-se muito durante a apresentação) a peça revela como o ser humano é intolerante, preconceituoso e individualista, características nem um pouco engraçadas.

        O cenário realista de Rebeca Oliveira reproduz a sala de estar de uma família de intelectuais de classe média; desenho de luz de Wagner Pinto e figurinos discretos e adequados de Anne Cerutti.

Foto de Arnaldo D'Avila

        O Nome do Bebê junto com Escombros, Mutações e Dias Felizes, insere-se entre os grandes espetáculos deste segundo semestre e com certeza estará na lista dos melhores do ano.

        Teatro da mais alta qualidade, O Nome do Bebê é IMPERDÍVEL!

Foto de Arnaldo D'Avila

        Em cartaz no SESC Ipiranga até 20 de agosto às sextas e aos sábados às 20h e aos domingos às 18h.

 

        07/08/2023

 

 

         

 

 

domingo, 6 de agosto de 2023

TRINTA ANOS ESTA NOITE ou O ESPELHO NEGATIVO

 


Tive uma emocionante e gratificante experiência na tarde de ontem ao assistir ao espetáculo/palestra/bate papo de e com Dulce Muniz, grande atriz nem sempre lembrada pela crítica, dona de imenso talento e, principalmente, batalhadora incansável pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão. A lucidez e a memória privilegiada de Dulce são dignas de respeito e admiração, além de serem patrimônio não só da história do teatro paulistano, mas também da história do nosso país.

A atriz inicia o espetáculo comentando sobre a síndrome de fibromialgia que a abateu tempos atrás e segue falando de sua trajetória desde a infância em São Joaquim da Barra e as primeiras dores que sentiu, tanto físicas como morais (ao ter que devolver uma boneca que haviam lhe dado de presente), passando pela adolescência quando ocorre o golpe civil militar de 1964 e segue adiante até os nossos dias.

Por ter quase a mesma idade de Dulce me identifiquei com vários aspectos de sua trajetória: o grupo escolar, as professoras do primário, as aulas de latim e canto orfeônico e a descoberta do mundo por meio de alguns professores iluminados.

A emoção permeia toda a apresentação e, em especial, em cenas como aquela sobre Billie Holiday e as recriações de interpretações marcantes da vida da atriz.

Dulce Muniz é acompanhada ao violino por Beto Kapta e a ambientação cênica que inclui objetos, discos, figurinos e bandeiras caros à atriz é de autoria do Núcleo 184.


Eu assisti ao primeiro trabalho de Dulce Muniz no teatro paulistano, trata-se do Teatro de Jornal de 1970, concebido por Augusto Boal no Teatro de Arena onde ela tinha por companheiros de cena Edson Santana, Celso Frateschi, Denise Falotico (hoje, Del Vecchio), Elísio Brandão e Helio Muniz. Éramos todos jovens e acreditávamos que íamos mudar o mundo!

Dulce Muniz se apresenta em seu teatro que leva o nome de Teatro Studio Heleny Guariba, em homenagem à sua professora e diretora teatral, barbaramente torturada, morta e corporalmente desaparecida pelas mãos masmorrentas da ditadura civil militar.

Ao final do espetáculo, a emoção só se intensificou com a conversa com o público que revelou para mim a presença de Elza com quem tive grande contato em 1965 durante as apresentações de Morte e Vida Severina no TUCA e também contou com um apaixonado relato do muito querido Rogerio Tarifa sobre Dulce Muniz.

HAJA CORAÇÃO!

 

06/08/2023

 

 

 

terça-feira, 1 de agosto de 2023

DIAS FELIZES

 

 

“Ah, que dia feliz, este terá sido mais um dia feliz!”

(Winnie)

O requinte áudio visual (trilha sonora, cenografia, iluminação, figurinos e visagismo) já é uma marca registrada do encenador Cesar Ribeiro desde Esperando Godot montado em 2017 na pequena Sala Piscina do extinto Viga Espaço Cênico, passando por O Arquiteto e o Imperador da Assíria (2021) e culminando com Dias Felizes em 2023.

Como nas montagens anteriores o encenador assina a potente trilha sonora que vai desde Caetano Veloso (Cucurrucucu Paloma) até The Beatles (Tomorrow Never Knows); volta a trabalhar com Telumi Hellen (figurinos), J.C. Serroni (a caótica cenografia com a famosa montanha que abriga a personagem Winnie e cabeças espalhadas pelo chão). A significativa e bela iluminação que comenta toda a ação da peça desta vez é de Domingos Quintiliano e o impactante visagismo é de Louise Helene.

De nada adiantaria tanto apuro visual se não houvesse elenco à altura do insólito texto de Samuel Beckett, traduzido por Fábio de Souza Andrade (Ribeiro também usou a tradução de Souza Andrade em sua encenação de Esperando Godot).

Helio Cícero encarrega-se do papel de Willie, o companheiro de Winnie, com pequenas, mas significativas, literalmente, “saídas do buraco” onde parece viver.

Todas as honras para Lavínia Pannunzio, atriz de tantos méritos em outras encenações que aqui atinge sua plenitude como intérprete. Sua composição de Winnie quase que exclusivamente focada nas expressões faciais é de incrível precisão fazendo o público sentir sua extrema solidão e as tentativas para sair desse isolamento.

A Winnie de Lavínia se soma e, a meu modo de ver, supera em sutileza aquelas que já vi anteriormente: Fernanda Montenegro (1996), Norma Bengell (2010) e a excelente atriz gaúcha Sandra Dani (2014).

Enterrada até a cintura no primeiro ato e depois até o pescoço no segundo ato, a Winnie de Lavínia Pannunzio incomoda, emociona e até nos faz sorrir de suas misérias humanas, que também são nossas.

O espetáculo de Cesar Ribeiro e a interpretação de Lavínia Pannunzio ficarão para sempre na memória dos poucos privilegiados espectadores que tiveram a possibilidade de assistir a mais esse grande momento do nosso teatro que cumpriu curta temporada no Teatro Cacilda Becker.

Que venham novas temporadas!

 

01/08/2023