terça-feira, 8 de abril de 2025

CANÇÂO INDIGESTA


     Há 46 anos assisti “Mãos Sujas de Terra”, se não me engano no Teatro Aplicado, onde hoje é Teatro Bibi Ferreira. A peça de forte conteúdo social era produzida pelo recém fundado “Grupo Apoena” do Luiz Carlos Moreira. 

     O tempo passou, em 1993 o grupo passa a se chamar “Engenho Teatral” criando um teatro móvel para apresentar espetáculos em vários locais da periferia da cidade. Posteriormente o grupo se instala em um terreno da Vila Carrão e ali coloca de forma permanente seu teatro, sempre fiel ao seu posicionamento socio - político objetivando formação de público e apresentando espetáculos sempre voltados ao esclarecimento e à reflexão do público sobre os temas tratados.

     2025. Sempre fieis aos seus objetivos Moreira e Irací Tomiatto estão em cartaz com dois espetáculos Festa (aos sábados às 19h) e Canção Indigesta (aos domingos às 18h).

     Quem faz o simpático e caloroso acolhimento ao público é Moreira.

     A seguir entra-se no espaço cênico, onde uma mesa com comidinhas veganas, suco de melancia e cerveja nos espera. 

     “Canção Indigesta” questiona como os poderosos usaram a mídia e a publicidade para transformar necessidades dos cidadãos em desejos de consumo. Cinco intérpretes em cena vão desfilando os fatos, ora com raiva, ora com bom humor, colocando em primeiro plano um perdido e manipulado Zé Ninguém.

     A dramaturgia do espetáculo foi criada coletivamente e o texto final é de autoria de Moreira. 

     O elenco formado por Irací Tomiatto, Maria Clara Haro, Michelle Gabriolli, Dinho Hortêncio e João Victor de Morais se desdobra na interpretação das várias cenas e canta (muito bem!) as músicas compostas por Lucas Vasconcelos.

     A ida ao “Engenho Teatral” é um prazer sempre renovado e a certeza de assistir a um espetáculo que nos diverte e nos faz refletir sobre as mazelas contemporâneas.

     08/04/2025



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