Cientes da história e da política do nosso país Rafael Gomes e Vinicius Calderoni escolheram a dedo os anos em que colocariam a ação do espetáculo:
- 1968 – Um dos anos mais terríveis e sombrios da ditadura militar, no fim do qual é decretado o famigerado AI-5.
- 1989 – Cai o muro de Berlim e no Brasil é eleito Collor como presidente.
- 2022 – Lula é empossado presidente, após o desastroso governo de seu antecessor.
Chico Buarque começou a compor em meados dos anos 1960 (“Pedro Pedreiro” e as canções do musical “Morte e Vida Severina” datam de 1965) e compõe até hoje, tendo, portanto, documentado nas letras de suas canções todo o período abrangido pela peça, como um verdadeiro repórter de seu tempo.
As canções escolhidas para ilustrarem cada um dos anos não foram necessariamente escritas nesse período, mas ilustram os fatos e situações ali apresentadas.
Dessa maneira está estruturada a dramaturgia desse musical dirigido com brio por Rafael Gomes que já havia demonstrado conhecimento e talento para esse gênero com o excelente "Shakespeare Apaixonado".
Revezando -se nos diversos personagens o elenco interpreta e canta muito bem. Cenas corais intercalam-se com solos onde os destaques vão para o bem-vindo retorno de Soraya Ravenle aos nossos palcos, para Laila Garin e para a surpreendente voz aveludada de Ju Colombo. Felipe Frazão tem poucos números, mas sua bela e diferente voz se faz notar. A direção musical é assinada por Alfredo Del Penho, integrante do grupo Barca dos Corações Partidos. A movimentação em cena é orquestrada por Fabrício Licursi.
Há um delicado toque feminino em várias canções apresentadas.
Mais de 40 canções de Chico sobem ao palco do Teatro Paulo Autran no SESC Pinheiros para ilustrar um pouco da história do Brasil segundo Rafael Gomes e Vinicius Calderoni.
Pura delícia!
NOSSA HISTÓRIA COM CHICO BUARQUE está em cartaz no SESC Pinheiros até 28 de fevereiro com sessões de quinta a sábado às 20h e domingos às 18h.
02/02/2025
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