O meu fascínio pelo diálogo entre o
cinema e o teatro já rendeu até um curso que ministrei no Cine SESC, no Centro
de Pesquisa e Formação do SESC e na Oficina Cultural Oswald de Andrade nos anos
2018 e 2019.
Filmes como “Kiss Me Kate”, “Tio Vânia
em Nova York”, “O Beijo no Asfalto” (de Murilo Benício) e as encenações de Christiane
Jatahy foram algumas das obras que ilustraram as minhas exposições.
Uma pena que na época Luiz Fernando
Marques (Lubi) ainda não tivesse concebido essa delícia que é um grande exemplo
de como uma arte dialoga com a outra.
Um ator (Walmick de Holanda) se
apresenta timidamente ao pequeno público que a sala comporta. É ele mesmo ou é uma
personagem que se dirige ao público? Ele será o narrador do que vai acontecer a
seguir: cenas dos filmes “Matou a Família e Foi ao Cinema” de Julio Bressane de
1968 e “Dois Em Casa, Nenhum Jogo Fora” de Djalma Limongi de 1969, além de
cenas gravadas pelo grupo serão entremeadas por cenas interpretadas ao vivo
tendo a rua e os passantes ao fundo.
O espetáculo foi concebido para a Vila
Maria Zélia, sede do Grupo XIX, mas teve ótima adaptação para uma sala dentro do
Teatro Cultura Artística, local aonde assisti a essa pequena joia, dentro da MIACENA 25.
Lubi gosta de ambientar seus trabalhos
em espaços não convencionais e aqui reforça essa tendência: enquanto um telão
mostra cenas filmadas, as portas da sala se abrem e o elenco apresenta cenas
paralelas na calçada enquanto transeuntes curiosos passam por ali. A presença
de um lindo fusca cor de rosa em cena completa a alegria do público.
Tudo isso é costurado pelo narrador que abre o espetáculo e o fecha pedindo um beijo de alguém da plateia. Talvez por timidez o pedido não foi atendido por ninguém na sessão em que estive presente.
FIQUE ATENTA/O: Essa delícia deve ser
reapresentada na Mostra “2025 Em Cena” que ocorre na cidade no mês de dezembro.
CORRA ATRÁS PORQUE VALE A PENA!
04/11/2025


Nenhum comentário:
Postar um comentário