domingo, 16 de junho de 2013

COMO SE TORNAR UM COELHO VERMELHO?




     No período de 23 de maio a 14 de junho de 2013, o Sesc Vila Mariana apresentou o espetáculo White Rabbit, Red Rabbit  (Coelho Branco, Coelho Vermelho ) do autor iraniano Nassim Soleimanpour. Foram oito apresentações sendo que cada uma delas foi apresentada por um ator (ou atriz) que desconhecia o texto até o momento do início do espetáculo. Esse ator apenas recebia algumas instruções antes da apresentação, entre as quais, vir vestido com roupas confortáveis, estar preparado para imitar uma avestruz e aprender a pronunciar corretamente o nome do autor. O inteligente texto mescla muito bem o lúdico (há uma constante e divertida solicitação de participação da plateia) com assuntos sérios como o cerceamento da liberdade, o servilismo, o conformismo e a obediência cega.

     Como o espetáculo não tem diretor cada apresentação depende exclusivamente do ator e das pessoas da plateia que são chamadas para participar da cena.

     Assisti a seis das oito apresentações o que me capacitou a compará-las. Por falta de agenda deixei de assistir às apresentações de Guilherme Weber e de Rodrigo Bolzan (que substituiu Luciana Paes). Creio que numa proposta como esta (que não passa de uma leitura dramatizada) seja muito importante que o ator se atenha ao texto lido.

     Danilo Grangheia desenvolveu bem a leitura e a condução da participação da plateia solicitada pelo autor; Domingos Montagner fez uma leitura mais discreta dando ênfase ao significado do texto; Hugo Possolo pecou por excesso querendo ir além do texto, improvisando muito e até vestindo uma fantasia bastante inadequada; por sua vez Clara Carvalho pecou por contenção limitando-se a uma leitura fria e sem incentivar a participação da plateia.

     Caco Ciocler fez, sem dúvida, a melhor apresentação: com um perfeito domínio do espaço disponível ele movimentou-se de forma bastante espontânea, dando especial colorido às intenções do texto. A participação da plateia também colaborou para esta noite particularmente feliz.

     Marat Descartes fez a última apresentação. Apesar de se deslocar muito pouco pelo palco, valorizou com seu domínio vocal o belo texto de Nassim Soleimanpour .
O autor Nassim Soleimanpour tendo à sua direita meu amigo, o ator Arnaldo D´Ávila

     O autor esteve presente nas duas últimas apresentações que foram sucedidas por debates com o público.

Um comentário:

  1. Obrigado pelo destaque nas páginas do seu site amigo José Cetra, me senti. hehehe Abração

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