Há
um verdadeiro tesouro a ser descoberto no espaço subterrâneo do Instituto
Capobianco: trata-se de Cais ou Da
Indiferença das Embarcações do grupo Velha Companhia, escrito e dirigido
por Kiko Marques.
Foto de Ligia Jardim
O
espetáculo mostra a saga de três gerações de habitantes de uma ilha que, ao que
indica o programa, foi frequentada pelo autor desde a sua infância (Ilha
Grande, no Rio de Janeiro). Ao acompanhar a história das personagens, seguimos
também a modernização (?) da ilha com o desaparecimento da fábrica de sardinhas
e o afundamento do barco Sargento Evilázio que é testemunha dos acontecimentos
e narrador das histórias, situando cada ação no tempo e no espaço (que na
maioria dos casos é o cais onde o barco está atracado). Outra testemunha dos
fatos é a boia (poita) Rosiméri. Escrito dessa maneira pode soar estranho, mas
a encenação tem soluções engenhosas e poéticas para contar as alegrias e
tristezas de Magnolia, Bonifácio, Waldeci, Walcimar e tantas outras. Essas
personagens são interpretadas por um time de atores de grande talento com
desempenho sincero e espontâneo, emocionando o público até as lágrimas. É meio
injusto destacar, mas aceito o risco ao escrever que Virginia Buckowski, Kiko
Marques, Marcelo Laham, Maurício de Barros e Alejandra Sampaio são responsáveis
pelos momentos mais sublimes do espetáculo, além da comovente participação de
Walter Portella como o barco Sargento Evilázio.
O
espaço cênico (o cais) concebido por Chris Aizner é simples e eficiente, assim
como, a trilha sonora de Umanto, executada ao vivo.
Esse
é um grande momento das artes cênicas e deve ser visto e prestigiado por aqueles que
amam o teatro brasileiro.
Obrigado pelos comentários José.
ResponderExcluirA simplicidade é uma constante busca.
Grande abraço,
UMANTO
Caro Umanto: revendo o espetáculo, mais uma vez confirmei a beleza do seu trabalho, que dialoga com a cena engrandecendo-a, sem a ela se sobrepor. Esta é uma grande virtude dos músicos que fazem trilha sonora. PARABÉNS!
ExcluirGracias pela dica José Cetra!
ResponderExcluirRealmente um dos grandes momentos da temporada.
Um espetáculo delicado e emocionante.
Uma história contada com encantamento e sensibilidade.
Abraços,
Arnaldo D'Ávila