domingo, 17 de maio de 2015

DIAS DE VINHO E ROSAS


 

       Cercado de bem cuidada produção (o belo desenho de luz de Caetano Vilela, os cenários e figurinos de Fábio Namatame e a trilha sonora de Egberto Gismonti que usa temas já conhecidos do compositor com outros compostos especialmente para a peça e que até cita numa versão para piano a bela canção de Henry Mancini composta para o filme homônimo de 1962), Fábio Assunção usou de maneira impecável o espaço cênico do Viga para contar a triste história de Mona e Donal, dois jovens irlandeses provenientes de Belfast que se conhecem quando estão de mudança para Londres; lá estreitam relações, se casam, têm um filho e literalmente afogam suas vidas na bebida. A história (texto do norte americano J. P. Miller adaptado pelo dramaturgo irlandês Owen McCafferty) é mostrada de maneira linear e depende de bons atores para ser bem contada.
       Daniel Alvim e Carolina Mânica dão vida a Donal e Mona com total entrega. O desempenho dos dois coroa os méritos dos outros elementos da montagem. Além dos grandes desempenhos os dois atores fazem a contrarregragem do espetáculo diante do público quase como um balé.
 

Carolina Mânica (Mona)

 

Daniel Alvim (Donal)


       A peça não denuncia, mas alerta sobre os males do vício do alcoolismo e tem um dos finais mais tristes e patéticos já vistos em nossos palcos. Impossível não se emocionar com uma depauperada Mona se dirigindo tropegamente em direção a Donal, sabendo que seus caminhos nunca mais se encontrariam. Comoção no palco e na plateia.

       DIAS DE VINHO E ROSAS está em cartaz no Viga Espaço Cênico às sextas (21h30), aos sábados (21h) e aos domingos (19h) até 21 de junho.


17/05/2015

Um comentário: