sábado, 19 de dezembro de 2020

BORGHI EM REVISTA – ORIGENS

 

É sempre um prazer renovado ver e ouvir Renato Borghi contar suas histórias! Ele já o fez no espetáculo (2004) e no livro (2008) de mesmo nome. A apresentação virtual Meu Ser Ator transmitida no último julho pelo SESC era uma adaptação da peça de 2004.

Na noite de ontem, diretamente do palco do teatro do SESC Ipiranga, na companhia de Elcio Nogueira Seixas que operava o projetor e ia fazendo alguns direcionamentos, Borghi voltou a nos contar fatos de sua vida e nos cativou desde o primeiro momento quando canta uma canção da trilha de Branca de Neve e os Sete Anões que ele ouviu na sua infância cantada por uma voz que o encantou e que ele soube por sua mãe que era Dalva de Oliveira. Nunca mais aquele garoto foi o mesmo! E ele queria ser cantor!

Este belo espetáculo difere dos outros porque é realizado quase como uma palestra. Durante os 100 minutos da apresentação Borghi permanece sentado em uma cadeira comentando as imagens projetadas por Elcio e consegue nos segurar diante do notebook o tempo todo e ao final ainda ficamos com aquela sensação de querer mais.

Borghi inicia sua narrativa na Praça Tiradentes e na Cinelândia carioca na década de 1940 quando, ainda menino, acompanhava os avós nos teatros de revista e nos espetáculos de Dulcina, Eva Todor, Jayme Costa, Procópio Ferreira, Madame Henriette Morineau (e pensar que ele, anos mais tarde, iria atuar com ela) e Bibi Ferreira.

 Passa por sua mudança para São Paulo, a entrada na Faculdade de Direito, o teste com Sérgio Cardoso em 1958 para substituir um ator que deixava o elenco de Chá e Simpatia e sua estreia no Teatro Copacabana dando início à carreira de ator e acabando com aquela de cantor, a volta para São Paulo, o término da faculdade e o início da amizade com o Zé Celso Martinez Corrêa que deu origem ao Grupo Oficina. Nesta apresentação ele chega até a montagem de Gracias Señor (1972). Percorre assim, de maneira lúdica e divertida, 35 anos de sua vida dando uma verdadeira aula sobre o teatro ocorrido no Brasil nesse período e sobre a arte de contar uma história. Ele não conta nada de novo, mas o faz com tal irreverência, charme e simpatia que parece que estamos ouvindo aquelas histórias pela primeira vez, haja vista o delicioso momento em que imita Isaurinha Garcia cantando Velho Enferrujado e aqueles em que imita as vozes de Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, Ziembinski, Eugênio Kusnet e, e claro, de Madame!

Os 48 anos restantes (de 1972 a 2020) podem fazer parte de Borghi em Revista – Destinos que os artistas pretendem apresentar caso haja interesse do SESC. Do meu lado já estou na fila para assistir a essa continuação! Enquanto isso estou aqui ouvindo alguém que também é minha paixão: Dalva de Oliveira!

BORGHI EM REVISTA – ORIGENS pode ser visto acessando youtube.com/sescsp. IMPERDÍVEL. 

19/12/2020

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