O projeto Que Fim
Levou Carlotinha? foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo; com circulação
por doze cidades do interior de São Paulo, o projeto é composto por uma oficina
sobre teatro de máscaras ministrado por Cida Almeida, apresentação da peça
homônima por Arnaldo D’Ávila e palestra sobre teatro realizada por José Cetra
Filho.
O time completo para
realizar o trabalho é formado por sete pessoas: Arnaldo d’Ávila (ator, autor e
produtor), Cida Almeida (diretora, palestrante), José Cetra Filho (autor,
palestrante), Marcelo Andrade (cenógrafo, técnico de luz e som), Francine Laranjeira
(intérprete libras), Nara Oliveira (intérprete libras) e Waldi Moreira Martins
(motorista). Passaram também pelo grupo, participando de alguns encontros, Blue,
Clau, Fabiano, Will e Luís Pedro.
A circulação começou na cidade de Iguape no dia 19 de julho e seguiu para Peruíbe, Espírito Santo do Pinhal, Araras, Piracicaba, Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba, Santana de Parnaíba. Mococa, Salto, Indaiatuba, terminando em Tatuí em 30 de agosto sempre nos fins de semana. Foram doze cidades que nos receberam de braços abertos oferecendo as condições técnicas possíveis e muitas condições humanas para que realizássemos da melhor maneira o nosso trabalho.
Cida Almeida realizou
com muita categoria sua oficina dando um histórico, conceituando a máscara
neutra e dando exercícios onde os participantes tiveram a possibilidade de
colocar a máscara e atuar com ela.
No intervalo entre a oficina e a apresentação da peça Arnaldo e o cenógrafo Marcelo montavam o cenário e ajustavam luz e som em árduo trabalho que se repetia ao final do evento para desmontar o cenário. Certa vez fui testemunha do desespero do cenógrafo quando a gaiola da calopsita caiu ao chão se desfazendo em dezenas de partes que ele teve de remontar pacientemente até o início da apresentação.
A peça é um texto
escrito por José Cetra Filho e Arnaldo D’Ávila que dá chance ao ator (D’Ávila) de
exercitar sua versatilidade interpretando uma velhota simpática, um senhor
enigmático e até um gato revoltado. A proposta da peça é o público sair do
teatro com uma pergunta: “Mas afinal que fim levou Carlotinha?”. Sucesso de
público, a peça foi bastante aplaudida em todas as apresentações.
As palestras foram, a
meu ver, também bem sucedidas. Devido à minha mobilidade reduzida realizei as
primeiras sentado na cadeira de rodas, mas as seis últimas fiz em pé. Tive uma
adesão muito boa dos presentes reagindo ativamente às minhas observações com
sorrisos, olhares brilhantes e dando sinais que estavam acompanhando. Tive a
confirmação disso com as breves conversas afetuosas ao final das palestras. Uma
que me emocionou bastante foi a visita de Hipólita, Lisandro, Puck e Elfo, quatro
simpáticos jovens que vieram me abraçar e perguntar quantas vezes eu havia
assistido a encenações de Sonhos de Uma Noite de Verão, peça de
Shakespeare que eles já haviam montado e interpretado essas personagens.
Sinto-me realizado e com a missão cumprida, caso tenha conseguido transmitir
minha paixão pelo teatro para quem assistiu às minhas palestras.
O sucesso do projeto
coube a cada de nós e, principalmente, a Arnaldo D’Ávila que, como produtor,
não, poupou esforços para oferecer ao grupo todas as condições de trabalho e ao
público tudo o que foi prometido.
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