quarta-feira, 26 de março de 2014

FESTIVAL DE CURITIBA 2014 1 – ABERTURA



     A abertura do 23º Festival de Teatro de Curitiba aconteceu no dia 25 de março de 2014 no imenso pavilhão Expo Renault Barigui. Com uma simpática e bem vinda informalidade o diretor do evento Leandro Knopfholz fez um rápido discurso seguido daqueles menos informais das autoridades e dos patrocinadores. A boa notícia veio de um representante da prefeitura local que informou sobre a ação Casa Cheia que oferece um desconto de R$ 10,00 para os ingressos de peças produzidas em Curitiba. Bertolt Brecht tornou-se involuntário garoto propaganda de renomada multinacional, segundo o representante da mesma. E finalmente cabe lembrar o discurso-performance do presidente da Funarte, Guti Fraga.
 
 
 
     A peça de abertura apresentada no mesmo local foi El Hombre Venido de Ninguna Parte do grupo chileno La Gran Reyneta. Concebida originalmente para ser apresentada na rua, a encenação perde parte de sua espontaneidade ao ser adaptada para um local fechado. Segundo o ator Claudio Lopes o grupo se inspira nos trabalhos de Jean Luc Courcoult,  diretor francês que trabalhou com o grupo durante um período e montou o inesquecível Roman Photo ( a que tive o privilégio de assistir no Festival de Rio Preto em 2005). A peça não tem palavras e tem enormes aparatos técnicos e humanos para movimentar uma nave que vira barco, uma mão gigantesca que persegue o herói, tablados que podem ser um cemitério ou uma ilha paradisíaca, efeitos de explosão, de bombas. Tecnologia pesada para embalar uma narrativa muito simples e até simplória. Os atores-contrarregras têm poucas cenas ficando o destaque para Claudio Lopes que interpreta o papel título. Uma melhor avaliação da montagem poderia ser feita ao assisti-la na rua, o que pode ser conferido nos dias 26 e 27 às 19h30 na Praça Santos Andrade.
 
     Fechando a noite festiva foi oferecido um coquetel para o grande público presente.


     Em tempo: UM OUTRO OLHAR.
     Na noite do dia 26 quando me encaminhava para o Teatro Guairinha me deparei com El Hombre Venido de Ninguna Parte agora em seu habitat original, ou seja, na rua. É outro espetáculo e muito melhor!! A adesão dos passantes é enorme e a participação do público torcendo, rindo, se emocionando e sofrendo por ter que deixar o local para não perder o ônibus para a periferia revela a verdadeira missão do espetáculo. Continuo fazendo ressalvas à dramaturgia, mas isso é coisa de espectador chato metido a crítico, pois o espetáculo atinge em cheio o público a que se destina.


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