MEMÓRIAS DO TEATRO PAULISTANO
Em
1968 o musical Hair estourou na
Broadway e no mundo. Chegou por aqui em 1969 trazido por Altair Lima
(1936-2002). Estreou no belo Teatro Bela Vista (em cujo terreno hoje está o
Teatro Sérgio Cardoso). Dirigida pelo saudoso Ademar Guerra (1933-1993) e com
elenco que na estreia contava com, entre outros, Aracy Balabanian (1940),
Altair Lima, Armando Bógus (1930-1993), Helena Ignez (1942) (jamais vou
esquecer a sua composição como Jeannie, a doce hippie grávida), Ricardo
Petraglia (1950), Sonia Braga (1950) (uma quase iniciante), Antonio Pitanga
(1939), Neusa Borges (1941). Ao longo de muitas temporadas, outros futuros
famosos como Antonio Fagundes (1949) e Ney Latorraca (1944) fizeram parte do
elenco. Como se pode notar todos muito jovens com idades variando entre 35 e 20
anos.
Ricardo Petraglia e Helena Ignez
O sucesso foi tamanho que o ator e também
produtor Altair Lima adquiriu um teatro na esquina da Rua Ruy Barbosa com a Rua Conselheiro Carrão para o qual a peça
posteriormente se mudou. Batizado de Teatro Aquarius, ali Hair brilhou por muito tempo sempre com muito sucesso. Era um teatro bonito e espaçoso em estilo art deco localizado no coração do Bixiga.
Em 1972 Altair Lima produziu e dirigiu Jesus Cristo Superstar, outro musical de
muito sucesso no mundo todo, mas que aqui não fez o sucesso esperado e Altair
acabou perdendo o teatro. Em outras mãos o espaço mudou o nome para Teatro
Olympia, depois Teatro Záccaro e hoje está fechado e abandonado. Coisas do
descaso com que a nossa pobre cultura é tratada.
O antigo Teatro Aquarius hoje
Sem contar nosso passado glorioso com o
teatro de revistas, os primórdios do teatro musical tal como ele se apresenta
hoje é em grande parte mérito de Altair Lima, que soube avaliar o grande
potencial comercial e, porque não, artístico desse tipo de espetáculo. 52 anos
nos separam daquela estreia no Teatro Bela Vista e hoje sabemos como o teatro
musical evoluiu no país, tanto nas produções em si, como no preparo dos
elencos, que hoje interpretam, cantam e dançam com muito talento e
desenvoltura.
30/03/2020
Muito boa essa ideia de contar, através do seu Blog, a história do teatro. Amei!
ResponderExcluirPode continuar nos brindando com essas matérias sobre a memória do nosso teatro paulistano. Belíssima iniciativa, Cetra.
ResponderExcluirEsse teatro que mais tarde seria o Teatro zacaro hoje abandonado essa peça marcou uma época e lançando grandes artistas
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