1. Histórico dos programas de teatro
em São Paulo.
- Até a década de 1950 houve
predominância de programas de dois tamanhos 14cmX18,5cm e 16cmX23cm que
apresentavam material sobre a peça, fotos da equipe em branco e preto, ficha
técnica e propagandas. Em geral eram distribuídos gratuitamente.
- Na década de 1960 predominam os de
tamanho 16cmX23cm com as mesmas características apresentadas acima.
- Décadas de 1970, 1980 e 1990, os
programas aumentam de tamanho 21cmX27cm, ficam mais sofisticados, com parte das
fotos coloridas e, em geral, com menos propaganda. Normalmente são vendidos.
Havia empresas especializadas na
confecção de programas teatrais como a Progran e a Proteatro em São Paulo e a
Editora Teatral Ltda. No Rio de Janeiro.
- A partir do ano 2000 o material torna-se bastante variado tanto na forma como no conteúdo indo de simples flyers a luxuosos programas de espetáculos musicais vendidos. As propagandas praticamente desaparecem.
2. Os espetáculos virtuais durante a pandemia.
Com a suspensão dos espetáculos devido ao fechamento dos teatros por conta da pandemia da covid 19, a partir de 16 de março de 2020 surgem os espetáculos virtuais. O público assistiu aos espetáculos apenas com acesso virtual à ficha técnica dos mesmos. Em função da minha atividade, recebi, via assessorias de imprensa, os releases das peças e pude imprimir, no mínimo, sinopse e ficha técnica das mesmas, mantendo assim em meu acervo, os dados básicos dos espetáculos para futuras consultas e preservação da memória do nosso teatro.
3. A volta dos espetáculos presenciais.
Nos últimos meses de 2021, aos poucos
os teatros foram reabrindo e com a justificativa que o manuseio de papel
pudesse ser um transmissor do vírus, os programas físicos foram suspensos e se
disponibilizava QR codes para consulta dos mesmos.
Já se provou que inexiste a
transmissão do vírus via esse material, no entanto na maioria dos casos,
manteve-se a suspensão do programa em papel, muito provavelmente por questões
econômicas.
Alguns programas nesse formato muitas
vezes são quase ilegíveis quando acessados via celular, alguns nem permitem o
download. Imprimir domesticamente esses programas é tarefa árdua e cara:
gasta-se muita tinta e muito papel e na forma, nunca se obtém o efeito
desejado.
Honrosa exceção foi a publicação pelo
SESC do programa da peça Língua Brasileira, que contém matérias
preciosas sobre o assunto tratado no espetáculo as quais seriam dificilmente
absorvidas quando lidas em um celular.
A grande pergunta que me ocorre é:
essa tendência vai continuar? É o fim dos programas impressos?
Em caso positivo, tenho certeza que
esse é um grande desserviço à memória, já tão desprezada, do nosso teatro.
Esses programas hoje disponíveis via QR code tendem a se tornar indisponíveis
com o passar do tempo e será tarefa árdua ou missão quase impossível um
pesquisador encontrar um deles para seu trabalho. O Google é bom, mas não faz
milagres!
Assim solicito aos produtores, ao
SESC, ao SESI, ao Itaú Cultural que estudem uma maneira de voltar aos programas
impressos talvez com edições reduzidas e disponibilizados para venda, evitando
o desperdício no caso de pessoas que pegam um ou mais programas, não os lê e
acaba jogando-os fora.
Tenham em mente que o programa
impresso é ferramenta valiosa para quem faz teatro, para pesquisadores e para
quem ama o teatro.
Na impossibilidade da volta do
programa impresso seria importantíssimo que se estudasse uma forma de
disponibilizar as informações sobre os espetáculos de maneira segura, prática e
acessível, algo que não acontece com o acesso via QR code e, no mínimo,
que se distribuísse material contendo a ficha técnica do espetáculo.
TUDO PELA PRESERVAÇÂO DA MEMÓRIA DO TEATRO BRASILEIRO.
O TEATRO NOS UNE
O TEATRO NOS TORNA FORTES
VIVA O TEATRO!
03/02/2022
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