segunda-feira, 8 de agosto de 2022

VIRGINIA

 


A escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941) teve uma vida bastante difícil a começar pela perda de sua adorada mãe na adolescência, passando pelo abuso sexual que sofreu por parte de alguns dos irmãos, pela convivência com a irmã doente mental e pela morte de outros entes queridos. Tudo isso resultou em distúrbios mentais da escritora que em uma de suas últimas crises depressivas passou a ouvir vozes sem poder se concentrar nem na leitura nem na escrita, culminando com encher de pedras os bolsos do casaco e se dirigir ao rio Ouse onde penetrou e se suicidou por afogamento no dia 28 de março de 1941.

Baseada nesses fatos Claudia Abreu concebeu a dramaturgia de Virginia e sua narrativa se inicia no momento em que Virginia está submersa na água e, em um fluxo de consciência tão caro ao estilo da escritora, reavalia sua trágica existência.

Com muita sensibilidade e delicadeza a atriz/dramaturga perpassa a vida de Virginia durante o espetáculo dirigido com a mestria habitual de Amir Haddad que cria dinâmica excepcional com o auxílio da criativa direção de movimento de Marcia Rubin e a bela iluminação assinada por Beto Bruel. A destacar também o simples e muito belo vestido rasgado criado por Marcelo Olinto.

Trata-se de um grande momento na carreira de Claudia Abreu que merece estar entre as grandes interpretações femininas da atual temporada.

 

08/08/2022

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