segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Duas famílias disfuncionais dividem o palco do Teatro Renaissance



       Coincidência ou não, duas peças com temáticas semelhantes ocupam o palco do Teatro Renaissance formando um díptico digno de nota. A Porta da Frente é apresentada aos sábados (19h) e aos domingos (20h) e O Louco e a Camisa às sextas e sábados (21h30) e aos domingos (18h); sendo assim quem optar por sábado ou domingo tem a chance de fazer um interessante programa duplo e comparar as duas peças.


            Em A Porta da Frente uma família que tem cotidiano monótono e desinteressante tem seus preconceitos aflorados quando uma travesti cantora de nome Sacha vem habitar o apartamento vizinho. Com o passar do tempo Sacha conquista a confiança e a amizade do pai (Roney Facchini, sempre ótimo) e do filho, mas a mãe é cada vez mais irredutível em sua intolerância. Sandra Pêra tem a oportunidade de mostrar seu talento para a comédia interpretando a mãe. Miriam Mehler tem simpática participação como a avó desmemoriada. Direção de Marcelo Várzea. Texto bem estruturado com final surpresa de Julia Spadacini.


       Em O Louco e a Camisa, texto do argentino Nelson Valente, a família também tem cotidiano monótono e desinteressante, mas aqui a pedra no sapato é o filho Beto que tem problemas mentais e não domina suas ações explosivas e surpreendentes. A situação foge do controle quando a irmã traz o namorado rico para conhecer a família e Beto resolve revelar certas verdades. Composição ótima de Rainer Cadete como Beto. Rosi Campos, como a mãe, em papel contido e introvertido, bastante diverso da maioria de suas interpretações. Direção de Elias Andreato.

       Salvo pequenos detalhes, o cenário para as duas peças poderia ser o mesmo.

       20/08/2018
      

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