Coincidência
ou não, duas peças com temáticas semelhantes ocupam o palco do Teatro
Renaissance formando um díptico digno de nota. A Porta da Frente é apresentada aos sábados (19h) e aos domingos
(20h) e O Louco e a Camisa às sextas
e sábados (21h30) e aos domingos (18h); sendo assim quem optar por sábado ou
domingo tem a chance de fazer um interessante programa duplo e comparar as duas
peças.
Em A
Porta da Frente uma família que tem cotidiano monótono e desinteressante tem
seus preconceitos aflorados quando uma travesti cantora de nome Sacha vem
habitar o apartamento vizinho. Com o passar do tempo Sacha conquista a
confiança e a amizade do pai (Roney Facchini, sempre ótimo) e do filho, mas a
mãe é cada vez mais irredutível em sua intolerância. Sandra Pêra tem a
oportunidade de mostrar seu talento para a comédia interpretando a mãe. Miriam
Mehler tem simpática participação como a avó desmemoriada. Direção de Marcelo Várzea.
Texto bem estruturado com final surpresa de Julia Spadacini.
Em
O Louco e a Camisa, texto do
argentino Nelson Valente, a família também tem cotidiano monótono e desinteressante,
mas aqui a pedra no sapato é o filho Beto que tem problemas mentais e não
domina suas ações explosivas e surpreendentes. A situação foge do controle
quando a irmã traz o namorado rico para conhecer a família e Beto resolve revelar
certas verdades. Composição ótima de Rainer Cadete como Beto. Rosi Campos, como
a mãe, em papel contido e introvertido, bastante diverso da maioria de suas
interpretações. Direção de Elias Andreato.
Salvo
pequenos detalhes, o cenário para as duas peças poderia ser o mesmo.
20/08/2018
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