terça-feira, 10 de dezembro de 2019

FRIDA KAHLO Viva la VIDA


 
        Como é bom para o espectador e para o próprio teatro quando tudo funciona em um espetáculo. É difícil assistir a uma montagem onde a soma dos elementos que a compõem (autoria, direção, interpretação, cenografia, figurinos, visagismo e trilha sonora) resulte tão harmoniosa como neste Frida Kahlo, Viva la Vida.
        Ao entrar na sala já nos deparamos com o aposento mexicano recheado de adereços característicos criado por Kleber Montanheiro a partir do projeto de José de Anchieta, falecido durante os ensaios da peça; a seguir ouve-se a bela canção sobre a personagem  composta por Ricardo Severo, com participação de Cida Moreira e Rubens Caribé nos vocais.
        A poderosa Christiane Tricerri invade a cena muito bem caracterizada (Emerson Murad) com figurino exuberante também assinado por Kleber Montanheiro e banhada pela criativa iluminação de Aline Santini.
        E aí começa a história escrita por Humberto Robles que conta sobre um Dia dos Mortos na vida de Frida Kahlo (1907-1954), onde ela pretende homenagear vivos e mortos que passaram por sua vida, dando destaque, é claro, ao seu grande amor e obsessão Diego Rivera (1886-1957). O texto enfatiza, como o próprio título revela, as grandes força e alegria de viver de Frida, malgrado todos os seus problemas físicos e emocionais
        Em bom momento, Cacá Rosset volta aos nossos palcos em espetáculo que leva a assinatura do Teatro do Ornitorrinco e tendo à frente a presença iluminada de Christiane Tricerri.
        Em uma direção discreta no melhor dos sentidos, Rosset se vale dos elementos teatrais citados acima e dá plena liberdade para Tricerri criar a personagem de Frida e ela o faz de maneira exuberante.
        Um verdadeiro VIVA à vida e ao bom teatro.
        Os deuses do teatro agradecem e nós espectadores, meros mortais, também louvamos essa conjunção de talentos.
 
        FRIDA KAHLO, Viva la Vida está em cartaz no SESC Pinheiro só até 14/12 de quarta a sábado às 20h30.
 
        10/12/2019

2 comentários:

  1. Tivemos as mesmas impressões, Cetra. E como é bom ver novamente uma boa direção do Cacá e uma boa interpretação da Chris.

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