As artes me encantam
e alimentam minha alma. Assim como não posso deixar de comer, tenho urgência em
ouvir música, ler um bom livro, visitar uma exposição e, é claro, ir ao cinema
e ao teatro, minhas maiores paixões, porque de alguma maneira essas duas artes
englobam todas as outras.
Nos últimos tempos,
por uma série de razões passei a frequentar mais o teatro do que o cinema. Em
2022 foram 216 idas ao teatro contra apenas 52 filmes, muitos deles assistidos
em casa.
Nestes dias pré carnaval
e considerando que já assisti à maioria das peças em cartaz - foram 21 até hoje,
com destaque para as boas surpresas: SOLO DE MARAJÓ (vinda do Pará), F(R)ICÇÔES
(grande momento de Vera Holtz e Rodrigo Portella) e VONTADE DE UMA COISA COM
VOCÊ (delicado espetáculo com o grande ator Rogério Fróes) - e que há uma promoção
nos cinemas com ingressos a dez reais resolvi por os filmes em dia, começando
pelos candidatos ao Oscar na categoria de melhor filme.
O delirante e
grandiloquente ELVIS de Baz Luhrmann eu já havia assistido no ano passado e
nesta semana seguiram-se o bem chatinho OS FABELMANS (na tentativa de fazer um
filme intimista, Steven Spieberg fez um filme sem conflitos e soporífero), o
metido a pós moderno TÁR (onde Todd Field abusa da narrativa fragmentada e das cenas
que não se desenvolvem, sendo que o único mérito do filme cabe à interpretação
magnífica de Cate Blanchett), o histérico TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO
(começa bem, mas depois abusa da velocidade das cenas em universos paralelos
deixando o espectador tão desnorteado quanto a protagonista Evelyn, em ótima
interpretação de Michelle Yeoh).
E ontem foi o dia de
assistir a OS BANSHEES DE INISHERIN para o qual me dirigi meio incrédulo tanto
pelo inusitado do título quanto pelas decepções com os outros candidatos.
E que grata
surpresa!! A partir do rompimento de uma longa amizade por uma das partes, o
filme idealizado e dirigido com muita delicadeza por Martin McDonagh trata, entre outras camadas, de solidão, de urgência em realizar coisas
dada a finitude da vida e de amizade. Colin Farrell tem uma interpretação
comovente como o inseguro Pádraic que faz de tudo para reaver a amizade do
músico Coln interpretado por Brendan Gleeson. Têm função importante na trama a
irmã de Pádraic (Kerry Condon, excelente), o rapaz problemático Dominic (Barry
Keoghan), a misteriosa velha senhora Mrs. Cormick (Sheila Flitton), sem
esquecer da adorável Jenny, a pequena mula companheira de Pádraic.
Tudo se passa na
fictícia ilha de Inisherin na costa oeste da Irlanda no ano de 1923, época da
guerra civil irlandesa, da qual se vêm e se ouvem os bombardeios ao longe.
Um grande pequeno
filme que merecia o Oscar tanto de filme como de interpretação para o trio
Colin (ator), Brendan (ator coadjuvante) e Kerry (atriz coadjuvante).
Dos cinco candidatos
restantes não pretendo assistir nem a AVATAR e muito menos a TOP GUN. Assisto
nesta semana NADA DE NOVO NO FRONT (na Netflix) e TRIÂNGULO DA TRISTEZA
(aproveitando os últimos dias da promoção). Fica faltando ENTRE MULHERES (Women
Talking) que não sei se já estreou ou estreará em breve.
Quanto à cerimônia do
Oscar, garanto que não irei assistir.
E vou ficar atento aos lançamentos cinematográficos não hollywoodianos!!
VIVA o CINEMA!
VIVA O TEATRO!
12/02/2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário