domingo, 26 de fevereiro de 2023

PLASTICUS DEI

 

Meu primeiro contato com essa incrível e talentosa família sorocabana foi em 2009 quando assisti absolutamente encantado a Astros, Patas e Bananas dirigido por Roberto Gill Camargo (pai) com participação de Janice Vieira (mãe) no acordeom e elenco liderado por Andréia Nhur (filha).

Seguiram-se As Estrelas São Para Sempre? (2015) e Mulher Sem Fim (2017), sempre com trabalhos impecáveis de Andréia Nhur.

Veio a pandemia, Andréia passou algum tempo se aperfeiçoando na cidade de Gent na Bélgica e ei-la de volta com este surpreendente Plasticus Dei onde radicaliza suas experiências com sonorocoreografia, usando a voz ora cantando suavemente, ora emitindo sons e grunhidos que servem de base para seus não menos que magníficos movimentos, onde pés, mãos e dedos atuam em perfeita sintonia com as expressões faciais e do resto do corpo

Guardadas as devidas proporções, a sensação que se tem ao assistir a performance de Andréia assemelha-se àquela que se sente ao ver passar o desfile de uma escola de samba. A cada momento é uma figura nova que surge e nos surpreende passando de uma jovem cantante, para um animal acuado e faminto, para uma rainha regiamente vestida com os plásticos que compõem a cena e até para uma donzela antipática que estende a mão para o público para em seguida rejeitá-lo.

A criação da encenação contou com a colaboração do coreógrafo moçambicano Horácio Macuacuá e de Paola Bertolini, além da mamãe Janice Vieira na sonorocoreografia. O papai Roberto Gill Camargo assina a iluminação junto com Paola Bertolini. Sempre em família!

São muitas as nuances deste excelente trabalho de Nhur que infelizmente cumpriu temporada relâmpago na Oficina Cultural Oswald de Andrade (apenas três dias, de 23 a 25 de fevereiro). Urge que o espetáculo retorne aos palcos paulistanos para que um público maior conheça e passe a admirar o talento de Andréia Nhur.

No sábado, dia 27, o delicado curta metragem O Cisne, minha mãe e eu com Andréia e Janice foi exibido antes da apresentação teatral, lotando a plateia do simpático e aconchegante Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade.

Diga-se de passagem que é sempre muito agradável ir à Oswald, ambiente acolhedor com seu gostoso Café Colombiano e agora com a perspectiva da inauguração de um novo espaço para os livros e a leitura.

Cultura é bom e nós gostamos!! 

26/02/2023

 

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