O evento Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos promovido pelo Sesc está em seu quinto dia com muita agitação e algumas emoções.
O festival abriu no dia 05 com a presença e os discursos de praxe das autoridades. Danilo Santos de Miranda fez a abertura oficial com uma ótima improvisação sobre o fazer teatral e uma monótona leitura de um texto previamente preparado. A seguir foi apresentado o novo trabalho do Grupo Galpão de Belo Horizonte Eclipse, dirigido pelo diretor russo Jurij Alschitz a partir de textos de Tchekhov com um belíssimo cenário inspirado na obra de Malevich. Surpresa para os fãs do grupo mineiro, acostumados com espetáculos emblemáticos como Romeu e Julieta, Till, Rua da Amargura e O Inspetor Geral, entre outros tantos. O espetáculo realmente surpreende e até faz uma autocrítica num certo momento, por meio de um desabafo feito pela personagem vivida pela sempre ótima Inês Peixoto, mas ao longo do mesmo, acostuma-se com a nova linguagem e tem-se uma sensação, sempre bem vinda, de ares de renovação do excelente e coerente coletivo. Fechando a noite houve um coquetel para todos os presentes. Na foto abaixo, eu tietando a atriz Inês Peixoto:
No dia 06 assisti a dois espetáculos:
- Ar Frio, drama familiar de Virgilio Piñera, vindo de Cuba no recém-reinaugurado Teatro Guarany no centro histórico de Santos. Acompanha o sofrimento e as dificuldades de uma família pobre cubana nos anos que precederam a revolução cubana. Sonhos e conformismo com um “amanhã será outro dia”, sabendo-se que esse outro dia não trará nenhuma perspectiva. O bom elenco interpreta de maneira realista, no melhor estilo das novelas de televisão o longo texto, resultando num espetáculo com mais de duas horas de duração.
Ar Frio - Foto de divulgação
- Uma Vez Mais, Por Favor de Michel Tremblay (canadense), espetáculo vindo do Mexico apresentado no majestoso Teatro Coliseu (1047 poltronas). A relação entre um filho e uma terna mãe autoritária lembrando o perfil das famosas mães judias filtrado pelo olhar canadense do dramaturgo e aqueles mexicanos do diretor e da excelente atriz (Angelina Peláez). Os atores são ótimos e o espetáculo é bastante convencional e previsível. Renderia mais num teatro menor.
Amanhã tem mais!
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