Acredito que minha geração foi a última que teve o privilégio de assistir a Glace Rocha (1930-1971) no teatro. Glauce era uma atriz visceral que se jogava em cena como uma trapezista sem rede de proteção.
Eu a vi duas vezes em 1970:
em O Exercício de Lewis John Carlino, onde ela dividia o palco com Rubens
de Falco e pouco depois em Um Uísque para o Rei Saul, monólogo de Cesar Vieira,
que abriu o Festival de Teatro Amador do Sesc daquele ano. Menos efêmero
que o teatro, no cinema ainda pode-se ver interpretações antológicas da atriz,
em Navalha na Carne adaptação da peça de Plínio Marcos dirigida por Braz
Chediak e Terra em Transe de Glauber Rocha.
Débora Duboc - foto de Priscila Prade |
A peça se passa nas últimas
24h de vida de Glauce, inicia-se na noite em que ela recebe um estranho
telefonema, onde lhe é dito que “a morte está rondando”... e a partir daí ela revê
aspectos importantes de sua vida, culminando com sua morte na noite seguinte.
Para os que ainda não sabem,
eu sofri um acidente que comprometeu minha capacidade motora e pela situação
atual, esta é a última matéria sobre teatro que eu escrevo. Espero que isto se
reverta logo e que brevemente eu volte a frequentar os teatros e torne a escrever
sobre os espetáculos.
Glauce teve
sua estreia em São Paulo no dia 5 de abril e encerra sua temporada neste final
de semana. Não deixe de assistir.
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