quarta-feira, 1 de maio de 2024

CABARÉ CORAGEM

Mais uma delícia do Grupo Galpão, com o qual me encanto desde que assistia Romeu e Julieta no Sesc Pompeia em 1993 (ele foi fundado em 1982).

Como todo bom cabaré, este tem ar de decadência e é formado por inúmeros quadros musicais e circenses, como a cena impagável onde Eduardo Moreira manipula a boneca Inês Peixoto, que em um determinado momento revolta-se e passa a manipulá-lo.

Foto de Mateus Lustosa
Duas cenas sublimes: Teuda Bara, que interpreta a dona do cabaré, faz um trecho de Mãe Coragem de Brecht, onde canta a música Mãe Coragem de Caetano Veloso e Torquato Neto, sendo aplaudida de pé pelo público; e o número de Antonio Edson cantando Los Hermanos de Violeta Parra.

Louve-se também as cenas onde atuam Lydia Del Picchia, Simone Ordones e Luiz Rocha, as quais não revelarei aqui para que os espectadores tenham surpresas. Cada um do elenco tem seu momento de destaque neste coletivo excelente.

Inês Peixoto abre o espetáculo cantando Puro Teatro, canção imortalizada pela cantora cubana La Lupe, que cabe como uma luva para o espetáculo.

A presença de textos e canções Brecht dão o toque político-social do espetáculo, assunto muito presente no repertório do Grupo Galpão. A apresentação é contagiante e energética do início ao fim, sai-se de Cabaré Coragem com alma alimentada.

Corra que a temporada termina neste final de semana.

Eu com grande dama do Galpão, Teuda Bara

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