Gente simples: Tatá é zelador de um
prédio há 15 anos e tem como maiores paixões o samba e a escola de samba para a
qual desfila como porta estandarte. É uma pessoa de boa índole e com bom
relacionamento com os moradores. Gosta muito de Maria, empregada doméstica no
mesmo local e sonha em ser seu namorado. Muito sensível, Tatá se identifica com
os problemas e dramas dos moradores, sempre disposto a ajudar. Uma determinação
de sua chefia põe em risco a sua sonhada participação no desfile do próximo
carnaval.
Uma história simples a partir da qual
Victor Mendes construiu dramaturgia consistente levada à cena por ele mesmo na
direção e tendo como base a interpretação primorosa de Felipe Frazão.
Felipe Frazão reúne dotes de ator,
cantor, dançarino e mímico e com a ajuda de Fabrício Licursi na direção de
movimento apresenta quase um balé enquanto interpreta seu personagem. A
simpatia e a espontaneidade de Felipe conquistam de imediato a cumplicidade do
público que acompanha com interesse as idas e vindas de Tatá com os moradores.
A convivência e depois a saudade do falecido pai também fazem parte das
lembranças de Tatá.
Grande parte do bom resultado da
encenação deve-se ao sugestivo cenário formado por um pedaço da parede da
portaria e, principalmente, ao desenho de luz, ambos criados por Marisa
Bentivegna. A iluminação sugere portas que se abrem e se fecham e até uma sala
onde Tatá vai pensar na vida (seria o banheiro?).
As mais que apropriadas intervenções
musicais tão bem coreografadas e interpretadas por Felipe são compostas por
Alfredo Del Penha, que já brilhou por aqui nos espetáculos da Barca dos
Corações Partidos.
Os figurinos de Miltinho e Ernesto
Paixão atingem o seu auge na apoteótica cena final.
Contando com a iluminada interpretação
de Felipe Frazão e harmonizando os demais elementos da produção (texto / cenário
/ iluminação / figurinos /trilha sonora), Victor Mendes realiza uma obra
pequena no tamanho, mas deliciosamente grande no resultado.
Em tempo: Não se trata de algo que desmereça o espetáculo, mas cabe lembrar que a/o intérprete de libras deve fazer uma apresentação neutra do espetáculo para não interferir no mesmo. Na sessão a que assisti no dia 10 de setembro, a profissional agia apaixonadamente, competindo em gestos com o trabalho de Felipe Frazão.
PRATA DA CASA está em cartaz no Centro
Cultural São Paulo SÓ até o próximo domingo, dia14. Quarta, quinta e sexta
(20h), sábado (18h e 20h), domingo (19h)
IMPERDÍVEL
11/09/2025




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