Novas nomenclaturas vão
surgindo para definir os espetáculos teatrais surgidos durante a pandemia.
Novas linguagens necessitam de novos nomes.
Anteriormente aqueles
espetáculos que eram reproduzidos através de filmagem eram simplesmente
chamados de “teatro filmado” ou quando apresentados pela televisão eram
os “teleteatros” (estes saíram de circulação após a invasão das
telenovelas). Há também as “adaptações cinematográficas de obras teatrais”
que nos deram obras primas como Tio Vânia em Nova York de Louis Malle e O
Beijo no Asfalto de Murilo Benício, para ficar em apenas dois exemplos,
como também as “obras cinematográficas inspiradas em clássicos teatrais”,
cujo melhor exemplo talvez seja Ran de Akira Kurosawa.
“Teatro virtual”,
“Teatro on line”, “Web teatro” ou simplesmente “Live”
foram denominações surgidas durante o ano passado para definir o teatro
realizado sem a presença de público.
Uma forma mais
sofisticada e bem mais cara de realizar trabalhos virtuais vai aparecendo com
espetáculos previamente filmados utilizando misto de técnicas cinematográficas
e teatrais. A esse tipo de espetáculo as produções estão usando denominações
como “teatro-filme” ou “peça híbrida”. São espetáculos, em geral,
assinados por uma direção teatral e outra cinematográfica.
A partir de fevereiro
tivemos excelentes espetáculos produzidos nesse novo formato:
- Medeia por
Consuelo de Castro com direção de Bete Coelho e Gabriel Fernandes.
- A Árvore de
Silvia Gomez com direção de Ester Laccava e João Wainer.
- Farol de Neblina
de Sérgio Roveri com direção de Yara de Novaes e Clarissa Campolina.
- Viva Cacilda!
Felicidade Guerreira de Zé Celso Martinez Corrêa com direção de Lenise
Pinheiro.
Note-se que os três
primeiros títulos contam sempre com duas direções, uma com maior experiência
teatral e a outra mais voltada para as narrativas do cinema. Viva Cacilda!
tem uma única diretora, porém com grande experiência na área fotográfica.
Eu costumo defender o
conceito que a palavra “teatro” sem nenhum adjetivo que a suceda define
aquele evento onde um espetáculo é realizado ao vivo com a presença de pelo
menos um ator e um espectador. “Teatro presencial” para mim é pleonasmo!
São todas as outras
formas teatrais - muito bem-vindas - hoje realizadas por nossa guerreira classe
teatral que precisam ser adjetivadas conforme explanado acima.
AFINAL, O QUE É
TEATRO?
TUDO É TEATRO!
E TUDO VALE A PENA,
QUANDO A OBRA NÃO É
PEQUENA.
09/03/2021
Quanto conseguimos juntar, a obra do autor, o ator e o público em um mesmo espaço e, ao mesmo tempo, isso é teatro. Como dizia o comentarista esportivo que não lembro o nome, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Que venham as "outras coisas" em forma de arte irreprimível.
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