Segundo a sinopse da
peça contida no catálogo do MIRADA este espetáculo é indicado para
crianças e famílias, versando sobre a existência, a vida e a morte. Eu
completaria escrevendo que ele é indicado para qualquer ser humano que tenha
sensibilidade para as coisas belas e delicadas.
A Caminhada dos
Elefantes
baseia-se em um caso real ocorrido na África do Sul em 2012 quando um rebanho
de elefantes fez uma caminhada até a residência do ambientalista Lawrence
Anthony no dia de sua morte, prestando assim uma última homenagem a um ser que
dedicou boa parte de sua vida às espécies em vias de extinção. É dele a seguinte
frase contida em seu livro O Encantador de Elefantes: “Talvez a lição mais importante que aprendi é que não há muros
entre os seres humanos e os elefantes, exceto aquele que nós mesmos colocamos,
e enquanto não permitimos que não apenas os elefantes, mas todas as criaturas
vivas tenham um lugar ao sol, nunca poderemos nos sentir completos.”
Baseados nesse fato
insólito Inês Barahona (dramaturgia) e Miguel Fragata (encenador e ator)
integrantes do grupo português Formiga Atômica criaram esse belíssimo
espetáculo, desde já um dos pontos altos do Festival MIRADA 2022.
O belo teatro de
sombras da cena inicial já captura a atenção e a emoção do espectador,
sensações essas que só se intensificam quando a narrativa se apresenta como
teatro de objetos mostrando de forma extremamente bela e poética a savana
africana com sua natureza selvagem e os animais que ali habitam; é desse local
que os elefantes partem em fila indiana até a casa de Lawrence.
Apresentada de forma
muito delicada a peça retrata de maneira natural para crianças e adultos temas
como a morte e a despedida de um ente querido sem provocar tristeza ou
depressão.
A cenografia de Maria
João Castelo formada por nichos cobertos com véu, belamente iluminada pela luz
criada por José Álvaro Correia e a trilha sonora de Fernando Mota completam a
excelência da direção de Fragata que também interpreta, com muita delicadeza e
até uma contida dose o humor, o narrador dessa emocionante história.
Em tempo: os pequenos
presentes na sessão a que assisti acompanharam o espetáculo em silêncio e com
muita atenção e se divertiram ao final quando chegaram perto dos objetos usados
em cena.
A peça, criada há dez
anos, segundo me informaram Inês e Miguel, tem apenas mais uma apresentação no
domingo, dia 11 às 11h e é uma pena que não esteja programada para o Extensão
Mirada em São Paulo.
Ao final da
apresentação me senti muito emocionado e valorizando a vida!
10/09/2022
Espetáculo maravilhoso e comovente! Que bom que puderam assistir no Brasil!
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