- RUTH ESCOBAR E
SÉRGIO MAMBERTI – Uma delícia ouvir Alvaro Machado e Dirceu Alves Jr.
discorrerem sobre seus biografados, verdadeiros ícones do nosso teatro. Uma
lástima que tive de abandonar o bate-papo antes do seu término para me dirigir
a um espetáculo que começaria em seguida. Correrias de Festival!
- chãO –
Brasil/Argentina. IMPACTANTE! DESBUNDANTE! HIPNOTIZANTE! Seriam precisos muitos
outros adjetivos terminados em ANTE para demonstrar todas as sensações e a surpresa
que esse espetáculo de dança me causou; aquela surpresa – verdadeira arte – que
nos deslumbra e nos tira do chão, como tão bem definiu Ferreira Gullar.
Segundo a sinopse
“... os artistas partem do trítono, intervalo dissonante...” e a
minha curiosidade levou a uma pesquisa sobre esse tal de “trítono”, som que obviamente
eu conhecia, mas não sabia de suas características matemáticas, nem de sua fama
de “som do diabo”.
De qualquer maneira, sob esse som diabólico
executado por Martim Gueller no teclado e por Alexei Henriques, que se esconde
no meio do público, no violino e na percussão, os dançarinos Lucas Fonseca,
Tamires Costa e Washington Silva fazem seus movimentos coreográficos precisos e
propositalmente repetitivos, enquanto o outro ator (do qual não consegui identificar
o nome) se arrasta pelo chão de joelhos durante toda a apresentação proferindo
frases também repetitivas.
Desse todo Marcela
Levi, brasileira e Lucía Russo, argentina, criaram uma coreografia estonteante
(olha o ANTE de novo) que deslumbra muitos e irrita outro tantos, pois trata-se
de espetáculo do tipo “ame-o ou deixe-o”, radical no melhor sentido da palavra.
Para mim, o momento
mais surpreendente do MIRADA!
- FRONTE[I]RA –
FRACAS[S]O – Bolívia/Brasil. O prólogo interminável que acontece ao ar
livre no pátio do Arcos do Valongo inclui músicas tocadas ao vivo,
textos difíceis de se ver e de se escutar devido ao acúmulo de público em torno
dos artistas e até pulação de corda com participação do público. Desse início
festivo e em tom alegre parte-se para o interior do espaço, onde se desenrola a
trama em si da qual nessa altura dos acontecimentos eu já havia perdido o
interesse. Uma pena, pois o tema fronteiras/demarcação de espaços é extremamente
importante e me interessa muito.
Tenho muita admiração pelo trabalho de Fernando Yamamoto e seu Clowns de Shakespeare, mas este trabalho em parceria com o grupo boliviano Teatro de los Andes não me entusiasmou.
16/09/2022
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