MENDONZA
Esta encenação é uma
vigorosa versão da peça Macbeth de Shakespeare ambientada na revolução
mexicana. O protagonista torna-se o General Mendonza e Lady Macbeth agora é
Rosario, tão cruel e perversa como sua matriz.
A
apresentação acontece muito próxima ao público que acaba se envolvendo naquele
ambiente de sangue, violência e sede de poder. O elenco gargalha, grita e
transpira a poucos metros do espectador.
A
tradição mexicana de dramalhão está presente de maneira equilibrada na
interpretação do elenco, criando um ambiente de sangue, suor e lágrimas muito
propício para a fruição da obra.
Mendoza
é um Macbeth no melhor estilo mexicano que atualiza e não trai a peça escocesa do
bardo inglês.
G.O.L.P.
Esta
curiosa coprodução entre o Teatro Experimental do Porto (Portugal) e o Teatro
La María (Chile) é uma sátira política irônica e feroz a todos regimes
políticos presentes no mundo.
Grupos
de portugueses (comunistas) e de chilenos (democratas) se reúnem e decidem que
seus países devem entrar em uma guerra falsa que renda louros para ambos os lados,
mas as coisas não saem conforme previsto.
Ri-se muito, mas o
humor é subversivo e faz pensar, conforme se lê na sinopse do espetáculo: “Se
são cheios de humor e permeados por muitos absurdos, os diálogos também
comentam estratégias políticas bastante reais e bem distantes da comédia”.
Seis intérpretes dividem a cena, havendo a presença de um ator brasileiro (Pedro Vilela) no elenco de Portugal.
Espetáculo perspicaz
que exige a mesma qualidade do espectador.
Curiosamente o
espetáculo se apresenta no dia (11 de setembro) em que se recorda o sangrento
golpe militar ocorrido há 51 anos no Chile.
Esta sexta jornada do
MIRADA 2024 reuniu dois dos melhores espetáculos apresentados até o momento no
festival.
11/09/2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário