sábado, 28 de setembro de 2024

TRÊS GRANDES ATRIZES NOS PALCOS PAULISTANOS

 

Introdução talvez inútil 

Fiz uma pesquisa recentemente e constatei como a presença feminina é preponderante nos palcos brasileiros.

Tendo como parâmetro aquilo que considero uma grande atriz (talento, presença, versatilidade, personalidade) levantei o nome daquelas nascidas no século XX. Cheguei a 71 nomes e provavelmente alguns outros devem ter me escapado. Usando o mesmo critério para os atores cheguei a pouco mais que uma dezena.

As atrizes nascidas nas duas primeiras décadas do século já partiram, mas daquelas nascidas na década de 1920 ainda temos a presença forte de Laura Cardoso, Fernanda Montenegro, Nathália Timberg e Monah Delacy.

A década de 1930 foi pródiga em trazer ao mundo grandes atrizes (19), infelizmente a grande maioria já partiu restando apenas Miriam Mehler e Suely Franco.

Da década de 1940 (8) temos as presenças de Walderez de Barros, Irene Ravache, Renata Sorrah e Juliana Carneiro Cunha.

Da década de 1950 em diante todas estão vivíssimas e brilhando em nossos teatros.

Mais três grandes momentos femininos nos palcos 

Neste ano de 2024 já tivemos grandes interpretações femininas, basta lembrar de Rafaela Azevedo (King Kong Fran), Luciana Ramanzini (Codinome Daniel), Mel Lisboa (Rita Lee), Noemi Marinho (O Vazio da Mala), Debora Duboc (Glauce), Guida Vianna e Silvia Buarque (A Menina Escorrendo dos Olhos da Mãe), Lindsay Castro Lima (Petra), Fafá Rennó e Carla Salle (Shakespeare Apaixonado).

Chego finalmente à razão desta matéria: nesta última semana do mês de setembro tivemos três monólogos com interpretações não menos que soberbas de atrizes brasileiras.

PRIMA FACIE

Débora Falabella empresta todo seu talento para a personagem de Tessa, uma advogada que defende acusados de violência sexual que é assediada e estuprada em sua casa por um colega de trabalho. O inconformismo de Tessa explode em cena na interpretação visceral de Débora. A peça foi escrita por uma mulher (Suzie Miller) e dirigida por outra (Yara de Novaes).

Cartaz do Teatro Vivo 

MONGA


Monga revela o talento e a coragem de jovem atriz cearense Jéssica Teixeira de mostrar os preconceitos com sua má formação física por meio da história de uma mulher mexicana, aquela apelidada de Monga (mulher macaco) que teve seu corpo (vivo e depois morto) explorado em circos e exposições por mais de 150 anos. Jéssica é uma grande performer, que canta, dança e interage de forma muito simpática com o público. Além de atuar, Jéssica é autora do texto e assina a direção.

Cartaz do SESC Avenida Paulista

DORA


Sara Antunes convive há algum tempo com a figura de Maria Auxiliadora Lara Barcellos (Dora), mulher destemida. guerrilheira, que pagou com a própria vida os maus tratos sofridos pela truculenta ditadura brasileira. O texto escrito pela atriz baseia-se na correspondência trocada entre Dora e sua mãe. A peça já foi apresentada virtualmente, mas encontra seu lugar certo ao ser encenada ao vivo. Em um verdadeiro tour de force Sara interpreta apaixonadamente Dora e ao mesmo tempo faz toda a complexa contrarregragem exigida pela encenação também assinada pela atriz.

Cartaz do SESC Ipiranga 

VIVA AS GRANDES ATRIZES BRASILEIRAS!

VIVAS O TEATRO! 

28/09/2024

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