sábado, 14 de setembro de 2024

MIRADA 9 - MEXA E SERGIO BLANCO

 

 

POPERÓPERA TRANSTLÂNTICA

        Uma deliciosa revista musical do Grupo Mexa de São Paulo comandada com muito brilho por Ivana. Todos interpretam, todos cantam, todos dançam, todos brilham.

        Ivana tem presença magnética em cena, com seu porte altivo e poderosa voz e o elenco tem garra e energia para acompanha-la.

        A Odisseia e a volta de Ulisses para Ítaca são mero pretexto para cada um fazer seu solo e depois brilhar no conjunto.

        Puro entretenimento, muito necessário para os dias de hoje.

        Noto que usei a palavra “brilho” três vezes neste curto texto. Não faz mal, o espetáculo merece!


TIERRA 

         Como admirador da obra e do estilo do dramaturgo/diretor uruguaio Sergio Blanco me incomoda concluir que ele está se repetindo.

O trabalho é bom, mas já não surpreende. É a utilização da mesma formula dos bem sucedidos espetáculos anteriores, em especial do insuperável O Bramido de Dusseldorf.

Mais uma vez Sergio é personagem da peça interpretado por um ator, misturando realidade (a morte da mãe) com ficção, na chamada auto ficção; a peça inicia e é permeada com canções cantadas em inglês e o elenco em vários momentos refere-se a cenas já apresentadas em exercício de meta linguagem. Tudo isso é interessante, mas não instigante porque já apareceu em quase todas as outras peças de Blanco e a receita parece estar se esgotando.

A trama se arrasta por três atos onde surgem os encontros do autor com seus entrevistados.

Após essas ressalvas cabe elogiar o ótimo elenco (Sebastián Serantes compõem um excelente Sergio Blanco e conduz a cena em grande estilo), a produção bem cuidada pode ser notada no cenário que reproduz o chão de uma quadra de esportes e na luz, ambos de Laura Leifert e Sebastião Marrero.

Alguns espectadores justificaram não ter apreciado a peça por não conhecer a obra de Sergio Blanco; acredito que seja exatamente o contrário: quem conhece a obra do autor é que nota a repetição tanto na forma como no conteúdo, gerando um desagradável sentimento de dejá vu. 

14/09/2024

 

 

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